Olhar Direto

Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Notícias | Cidades

jardim Humaitá

Moradores de “grilo” fazem manifestação e pedem ajuda do governo quatro anos após reintegração com feridos

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Valmir Cordova Leite

Valmir Cordova Leite

O dia 12 de julho de 2012 deixou marcas profundas nos moradores do Jardim Humaitá, no Parque Atalaia, em Cuiabá. As feridas abertas com munição não letal e golpes de cassetete já cicatrizaram, mas uma nova ameaça de reintegração de posse tem tirado o sono de quem vive na área, grilada há pelo menos cinco anos. Desesperados com o risco de uma nova ação, os moradores fizeram nessa quinta-feira (4) uma manifestação para tentar sensibilizar o governador Pedro Taques (PSDB) para a causa.


Leia também:
PMs agridem moradores e crianças são atingidas por balas
Silval qualifica desocupação da PM como ‘abuso’ e fato ‘lamentável
Tribunal de Justiça anula reintegração de posse após violência contra crianças e idosos no Humaitá 

O ato foi em frente à Arena Pantanal, local em que Taques cumpriu agenda com prefeitos, secretários, parlamentares e o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Os moradores voltaram a se organizar na última segunda-feira (1), quando foram informados de que um novo mandado de reintegração de posse estava em vias de ser cumprido. 

“Grilamos porque não temos para onde ir”, afirmou Valmir Cordova Leite, que se apresentou como um dos representantes do movimento. “O que a gente está pedindo é moradia, porque não existe coisa mais ultrajante para um pai de família do que apanhar da polícia. Pagamos nossos impostos, somos pais de família, não queremos sair de casa e voltar como as nossas casa já derrubadas, como já aconteceu, teve criança que levou tiro no rosto”, completa.


 
Os moradores ganharam os holofotes da mídia pela primeira vez em julho de 2012, quando crianças e idosos acabaram feridos na ação policial que visava cumprir uma decisão de reintegração de posse. Na ocasião, além das agressões, as moradias também foram derrubadas. O próprio secretário-chefe da Casa Civil à época, José Lacerda, admitiu na ocasião que a polícia falhou na operação. O então governador Silval Barbosa afirmou que a ação foi um "abuso".
 
As imagens das agressões causaram comoção e logo os moradores conseguiram voltar à área, inclusive ouviram um pedido de desculpas da Polícia Militar (veja aqui). Dessa vez, quando souberam da nova decisão, na última segunda-feira (1), buscaram logo o Comando Geral para ter mais informações. Lá receberam ajuda e, segundo Valmir, seguiram para a Defensoria Pública. Os moradores da região ouviram promessas de ajuda para a regularização do grilo desde que retornaram a morar na ocupação, mas até agora nada mudou. “O governo passado colocou mais 100 famílias numa área vizinha. Essa é a primeira tentativa [de diálogocom o governo] depois que flagramos que o governo nos esqueceu. Queremos apenas que ele olhe por nós”, conclui Valmir.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet