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Segunda-feira, 14 de outubro de 2024

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Globalização Sustentável

Qual o melhor caminho para entrada do capital forâneo: porta da frente ou porta dos fundos?

Diante dos diversos “ismos” criou-se no Brasil um hermetismo controverso sobre a questão do globalismo e/ou do ambientalismo como forma de inserção do capital externo na economia brasileira.

O fenômeno da globalização recebe mais pancada de todos os lados por caracterizar-se como algo oriundo do neoliberalismo e de países imperialistas, leia-se, principalmente, EUA ("um paiszinho que somente espiona"...); já o fenômeno do ambientalismo é bem visto porque protege os nossos interesses, apesar da biopirataria correr solta aos olhos dos nossos “defensores locais”.

Nessa luta ideológica (ainda inglória) o perdedor nessa confusão toda é o pobre do consumidor, inclusive este escriba, pois, diante de tantos recursos e tantas riquezas a serem transformadas em renda, que liberta o investidor produtivo rural, urbano e o trabalhador, criamos expectativas somente para os netos dos nossos netos, e olhem lá!

Não há como negar os estragos provocados pela ação humana sobre nosso habitat comum, todavia, imaginem se vivêssemos como silvícolas, qual seria a proporção dos estragos contra a natureza? Imaginem todo mundo vivendo da pesca ou da caça utilizando “lenha catada” para elaboração dos alimentos?

Alguém, certeiramente, poderá dizer que apenas um navio pesqueiro cruzador dos mares pode também destruir uma espécie inteira de determinado peixe.

Como dito, não há como negar o estrago movido pela ganância ou pela necessidade humana, no entanto, a preocupação da ciência econômica é a sua insistente convicção em estudar a combinação eficiente dos recursos escassos visando alcançar níveis de produção e produtividade que atendam as necessidades e desejos de determinada população, hoje e mais do que nunca, como uma tarefa global, enquanto o mundo for o definidor dos negócios e diante das diversas organizações internacionais abertas ao debate global.

Portanto, as questões humanas são as mesmas aqui ou alhures, questões estas materializadas em necessidades por água, alimentos, habitat, ar, e energia; problemas essenciais a serem alcançados para ascender novos desejos e mover a máquina da natureza humana com trabalho e tecnologias eficientes ou limpas, como queiram.

Em vista dos interesses comuns o caminho há de ser por uma globalização sustentável, onde a ação dos mercados fortes e organizados proporcionarão disponibilização de recursos a projetos viáveis economicamente e sustentáveis ambientalmente, garantindo vidas dignas no presente e no futuro, o que culminará numa multiplicação internacional produtiva sustentável do trabalho.

E é só.

Ernani Lúcio Pinto de Souza, é Economista do Niepe/Ufmt, Mestre em Planejamento do Desenvolvimento pelo Naea/Ufpa/Anpec, Conselheiro do Codir/Fiemt e Vice-presidente do Corecon-Mt (elpsouza@ufmt.br)

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