Hoje é um dia triste, é que faleceu na madrugada o grande brasileiro Paulo Ronan Ferraz, dentre as inúmeras qualidades que tinha uma se destacava mais, a de ser amigo, mas amigo no sentido lato. Homem moderno, antenado com o seu tempo, com tiradas geniais e uma alegria imensurável.

Certa feita estava em sua casa no Rio, e acordamos cedo para irmos a algum lugar, não me lembro onde, ao sairmos do prédio do outro lado da rua tem uma banca de um Líbio, ele que acordava sempre na madrugada, tinha lido alguma coisa na Reuters sobre a Líbia, e chegando em frente a banca que estava sendo aberta, despejou uma série de informações sobre o pobre líbio, e ele reagiu prontamente, mas o Paulo saiu andando rapidamente e eu o acompanhei, o homem veio atrás falando alto e tentando discutir ou questionar alguma coisa, ai o Paulo disse: "você viu? você viu? .... e eu não dei a ele nem o direito de resposta". e soltou aquela gargalhada gostosa, que só ele sabia dar. "kkkkkkkkkkkkkkk" e continuamos.

Nas inúmeras conversas que tivemos, ele falava de politica mundial, relações bilaterais, guerras na África, com a mesma simplicidade que falava da politica de Cuiabá ou de Mato Grosso por exemplo. Ou ainda discorria sobre novidades ou descobertas no campo da medicina, ou ainda falava da sua grande paixão: O futebol e de como ele ensinava o Zé Mário a conhecer os times e os estádios.

Bem poderia ficar aqui horas ou dias falando do Paulo, o que fica mesmo é a saudade, saudade do homem completo que foi Paulo Ronan.

Vá com Deus, meu amigo, e tenho certeza que estará sempre em boa companhia rindo-se do cotidiano e traçando planos para o futuro, onde quer que esteja, pois era inquieto.

José Antonio Rosa