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Segunda-feira, 10 de junho de 2024

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SODOMA 3

Empresário supostamente extorquido mandou blindar carro por temer ex-governador e comparsas

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

O empresário Willians Paulo Mischur

O empresário Willians Paulo Mischur

O empresário Willians Paulo Mischur, suposta vítima de extorsão praticada em obediência ao ex-governador Silval Barbosa, mandou blindar os carros de uso da sua família após ameaças sofridas. As informações foram expostas pela magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, no documento que decretou novas prisões na terceira fase da “Operação Sodoma”.


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Mischur, dono da empresa Consignum, afirmou em depoimento que teria sido obrigado a pagar pelo menos R$ 500 mil por mês, durante aproximadamente cinco anos, para garantir a manutenção do seu contrato junto ao governo do estado. Alguns dos encontros para tratar dos pagamentos ocorreram, conforme depoimento, sob forte tensão.

O policial militar José de Jesus Nunes Cordeiro seria o “braço armado” do ex-governador, compondo o esquema. Conforme os autos, justamente em um dos encontros que assentavam o processo de extorsão, o empresário foi ameaçado. “Nunca se sabe, às vezes um caminhão passa por cima dos seus filhos, acidentes acontecem...”, teria dito o policial.

"Em razão de tal ameaca, a testemunha declarou que ficou com medo e chegou a mandar blindar os carros de uso da sua família", afirma os autos.

Tais intimidações, supostamente a mando de Silval Barbosa, poderiam atrapalhar os andamentos processuais pertinentes às investigações da Operação Sodoma. Júlio Minoru Tsujii, dono da empresa Webtech - Softwares e Serviços, também relatou momentos de perigo ao sofrer extorsão do mesmo grupo.

Assim, buscando a correta continuação dos processos, foi baseada nos fatos contados em depoimento que Selma Rosane decretou novas prisões contra Silval Barbosa, Jesus Cordeiro, Silvio Cezar Correa de Araújo, José de Jesus Nunes Cordeiro, e Pedro Elias Domingues.

“[...] reitero que o fato de haver pelo menos duas testemunhas nos autos que declararam expressamente que foram pressionadas e ameaçadas pela organização criminosa é suficiente para servir como fator de convencimento da necessidade da medida extrema”, finalizou a magistrada, referindo-se as prisões.

Novas fases da Sodoma são aguardadas para os próximos meses. Em um primeiro momento a Delegacia Fazendária denunciou um esquema valorado em aproximadamente R$ 2,6 milhões em incentivos fincais. A segunda fase revelou uma suposta transação de compra de um terreno para ocultar R$ 13 milhões em extorsão.
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