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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Leitura ocupa tempo e reduz pena de reeducandos em MT

A primeira avaliação do Projeto de Incentivo à Leitura, realizado na Cadeia Pública de Várzea Grande, é positiva e sinaliza para a ampliação da iniciativa, que mostra aos presos da unidade a importância de dedicar o tempo ocioso ao conhecimento, por meio de livros, e ainda garante remição de pena. O trabalho teve início em julho deste ano com a participação de 20 presos. Destes, 12 já entregaram o relatório para a direção da unidade prisional. O restante terá novo prazo para conclusão do material.

Idealizador do projeto, o juiz-corregedor das unidades prisionais da comarca e titular da Vara de Execuções Penais, Abel Balbino Guimarães, esteve na cadeia e conversou com os presos e ouviu a opinião dos participantes sobre a iniciativa e o que pode ser melhorado. Para o magistrado, a primeira avaliação é positiva e demonstra a importância da expansão do projeto para o maior número possível de reeducandos. “O ideal é oportunizar a todos que tiverem interesse na leitura”.

Para isso, a Justiça e a direção da Cadeia estudam uma forma de criar minibibliotecas nas salas de aulas existentes nos raios. O uso do espaço deve ocorrer em horário alternado com as aulas. A ideia é treinar os presos mais habilitados para atuarem como monitores. Atualmente, 308 homens estão segregados na cadeia e 109 estudam. A participação no projeto é complementar na remição de pena.

Há 1 ano e 5 meses preso, Kleber Azevedo Santos é apontado pelos colegas como o mais dedicado à leitura. Ele relata que sempre gostou de ler e está aproveitando o projeto para ocupar o tempo, a cabeça, aprender novos assuntos e ainda remir dias da pena. Leu os dois livros que recebeu e outros 10 que pediu emprestado dos detentos da sua ala. “Fora da cadeia existem muitas formas de informação. Dentro é diferente, não temos contato com nada. O livro é tudo aqui dentro, é meu contato com a informação e conhecimento que sempre fizeram parte da minha vida”.

A assistente social Jane Maria da Silva aponta que o projeto foi instituído em um bom momento, uma vez que a unidade tem carência de oferta de atividades ocupacionais. Por enquanto, os participantes contam com 160 livros catalogados, dos mais variados assuntos, para escolher. “Ele pode escolher o tema que mais agrada para ler e fazer o relatório. O documento é avaliado pela equipe da Cadeia e encaminhado para o juiz, que definirá a quantidade de dias remidos”.

O sucesso do projeto pioneiro levou outras comarcas a aderirem o modelo. Uma delas é a Comarca de Peixoto de Azevedo.
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