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Terça-feira, 14 de maio de 2024

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Diretor Geral da OIT elogia projeto de combate ao trabalho infantil em Cuiabá

O Diretor Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, esteve em Cuiabá na semana passada para conhecer o projeto “Me Encontrei”, de combate à exploração de crianças e adolescentes por meio da inclusão produtiva de jovens em programas de aprendizagem. Essa é a primeira visita oficial de Ryder ao Brasil, que veio ao país para participar da III Conferência Global sobre Trabalho Infantil, que ocorreu de 8 a 10 deste mês, em Brasília (DF).


O chefe da OIT elogiou o projeto desenvolvido na Capital mato-grossense e disse que as iniciativas internacionais de promoção ao trabalho decente precisam traduzir a realidade. “É por isso que estamos aqui, para apreender com o programa de vocês”, destacou. “Quero parabenizar todas as entidades, todos os companheiros e companheiras envolvidos, pelos esforços, que têm contribuído para alcançarmos o trabalho decente. Estou orgulhoso”, afirmou.

O programa “Me Encontrei” foi elaborado de maneira a fazer com que entidades representativas de empregadores e de trabalhadores se unissem de forma articulada e estruturada pela erradicação do trabalho infantil, oferecendo educação e formação profissional para tirar adolescentes de situações de vulnerabilidade e dar oportunidade de ingresso futuro no mercado legal de trabalho.

A desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso, Beatriz Theodoro, presente no evento, também mostrou-se emocionada com os resultados alcançados pelo projeto, que tem possibilitado um futuro melhor para centenas de jovens da Capital cuiabana. Ela manifestou interesse em apoiar a iniciativa, ao lado de instituições como MPT, parceira desde 2011, e dos demais integrantes.

Para a procuradora-chefe do MPT em Mato Grosso, Marcela Monteiro Dória, os elogios e reconhecimento feitos pelo Diretor Geral da OIT ao “Me Encontrei” ocorrem em um momento importante e reforça a articulação das entidades locais para a manutenção e a ampliação da ação. Mais do que isso, frisou a procuradora, demonstra “que as práticas locais estão no caminho certo e já se tornaram exemplo para outros países”.

Em Cuiabá, Guy Ryder e um grupo formado pelo coordenador nacional do Programa Internacional de Combate ao Trabalho Infantil da OIT-Brasil, Antônio Carlos Mello, e pelo coordenador nacional do Projeto de Combate ao Trabalho Forçado da OIT-Brasil, Luiz Antônio Machado, além de outras autoridades, conferiram, no SENAI-MT, uma rápida apresentação dos resultados do programa e do papel de cada parceiro, bem como conversaram com jovens atendidos.

MPT/MT
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Da esquerda para a direita: a procuradora-chefe do MPT/MT, Marcela Dória, o Diretor Geral da OIT, Guy Ryder, e a desembargadora do TRT-MT, Beatriz Theodoro
As últimas estimativas globais da OIT mostram que, desde 2010, o número de crianças trabalhadoras caiu um terço, passando de 215 milhões para 168 milhões. Embora a queda nos números represente uma boa notícia, o chefe da OIT advertiu que ainda é um número muito grande e representa 11 % das crianças de todo o mundo. “Essa é uma péssima notícia. A boa notícia é que há 12 anos havia muito mais crianças trabalhando. Eram 246 milhões. Isso quer dizer que estamos avançando em eliminar o trabalho infantil”, afirmou.

Resultados

O projeto se baseia em um modelo de transição entre a escola e o mercado, aliando qualificação profissional e prevenção e combate às piores formas do trabalho infantil. Ao todo, já foram atendidos 237 adolescentes em situação de vulnerabilidade social, os quais receberam, além do acompanhamento assistencial, cursos de aprendizagem nas unidades do SENAI e SENAC.

Além disso, cerca de 500 crianças e adolescentes das famílias dos beneficiários foram impactadas diretamente pelo projeto, por meio de visitas domiciliares e da inclusão em programas assistenciais governamentais. No que se refere à inserção dos aprendizes no mercado de trabalho, 75% acabaram sendo admitidos pela indústria e, 25%, pelo comércio.

Jonathan Nóbrega Barros, de 17 anos, é um deles. Após ser inserido no projeto, começou a trabalhar como aprendiz em uma grande empresa de Cuiabá e, hoje, faz parte do quadro de funcionários. “Tinha grande dificuldade de arrumar emprego. Ninguém queria me contratar porque eu não tinha experiência”, conta o jovem, que iniciou a faculdade de Ciências Contábeis e não quer deixar de crescer.
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