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Sábado, 04 de maio de 2024

Notícias | Criminal

Barusco diz que propina na Petrobras foi "institucionalizada" a partir de 2004

O engenheiro Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras, disse que só a partir de 2004 a propina que recebeu de empresas contratadas pela estatal passou a ser “institucionalizada”, ou seja, dividida entre partidos políticos e diretores da empresa. Antes disso, segundo ele, os pagamentos foram feitos em caráter pessoal. "Antes era coisa minha. Depois foi institucionalizada", disse.

À CPI da Petrobras, ele admitiu ter começado a receber propinas por contratos firmados pela Petrobras a partir de 1997 ou 1998. Ele classificou como “institucional” as propinas que começou a dividir, a partir de 2004, com o ex-diretor da estatal Renato Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

O deputado Afonso Florence (PT-BA) pediu a Barusco provas de que houve efetivamente pagamentos feitos a Vaccari e que foram recebidos em nome do PT. “Nós somos um partido de homens e mulheres dignos. Que provas o senhor tem? O PT é o maior partido de esquerda do mundo”, questionou Florence.

Barusco disse que não forneceu provas à Polícia Federal ao longo do processo da Operação Lava Jato, mas que contou o que sabia. “Muita documentação foi destruída antes da delação. O trabalho de coletar provas vai progredir. Eu simplesmente falei o que sabia”, disse.

O ex-gerente relacionou os bancos onde depositou o dinheiro recebido em propinas ao longo do período. Em depoimentos judiciais, ele admitiu ter US$ 97 milhões, fruto de propinas. À CPI ele detalhou que recebeu efetivamente como propina cerca de US$ 70 milhões, e o restante (US$ 27 milhões) diz respeito a rendimentos financeiros.

Ele disse que os bancos tinham conhecimento da origem ilícita dos depósitos. Entre os bancos mencionados por ele, estão: HS Republic, HSBC, Safra, Cramer (da Suíça), Royal Bank of Canada e Delta – este último indicado pelo operador Zwi Zcorniky (que trabalhava para o estaleiro Kepel Fels).
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