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Domingo, 28 de abril de 2024

Notícias | Criminal

Vice-presidente da Engevix é dispensado da CPI da Petrobras por se recusar a falar

O executivo Gerson Almada, vice-presidente da empreiteira Engevix, disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que vai exercer seu direito de permanecer calado. Ele disse que o direito ao silêncio foi reconhecido pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).

“Tenho ciência da importância da CPI e do Congresso Nacional, mas vou exercer o meu direito de não me incriminar, já que sou réu de ação penal da Operação Lava Jato”, disse, no início do depoimento.

Dessa forma, ele foi dispensado pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). "Não vamos perder tempo com o senhor", disse.

A disposição de Almada de ficar em silêncio irritou os deputados. "Este senhor participou de quase todas as obras da Petrobras, é ligado ao Milton Pascowitch, que foi preso hoje pela Polícia Federal. É muita cara de pau", afirmou o deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI.

Para o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o empresário "perde uma ótima oportunidade de se defender".

Almada foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e corrupção, junto com outros executivos e funcionários da Engevix: Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor técnico; Luiz Roberto Pereira, diretor; e Newton Prado Júnior, diretor.

A Engevix participou de licitações para reforma das refinarias Abreu e Lima (PE) e Getúlio Vargas (PR). Entre 2007 e 2014, as empresas do grupo assinaram contratos com a Petrobras no valor total de R$ 4,1 bilhões. Nesse período, transferiram cerca de R$ 7 milhões para contas de empresas de fachada usadas pelo doleiro Alberto Youssef.

O vice-presidente da empreiteira é ligado a Milton Pascowitch, preso hoje pela Polícia Federal na 13ª fase da Operação Lava Jato. Pascowitch é acusado de intermediar propinas da Engevix para diretores da Petrobras e para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Em depoimento à CPI, Vaccari admitiu que conhecia Almada e que houve doações formais da Engevix ao PT, mas negou ter recebido propina da empresa. Ele disse apenas ter conversado com o empresário a respeito de doações oficiais ao partido. “Ele fez algumas doações e desde então não tivemos mais contatos”, disse.
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