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Domingo, 28 de abril de 2024

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Operação Ventríloquo

Juíza cita delação de Maksuês em despacho de operação que culminou na prisão de Riva

Foto: Divulgação

Juíza cita delação de Maksuês em despacho de operação que culminou na prisão de Riva
Informações obtidas pela Justiça com a delação do empresário, jornalista e ex-deputado estadual Maksuês Leite foram importantes para a operação Ventríloquo. A juíza Selma Rosane de Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, citou no despacho em que determinou a prisão do ex-deputado José Geraldo Riva (PSD) pela Operação Ventríloquo informações prestadas por Leite, em sua delação, concedida na operação Edição Extra.


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“Como bem asseverou o Ministério Público, por ocasião do depoimento de Maksuês Leite na ação penal ID 369569 que tramita neste juízo, Luiz Márcio Pommot foi apontado como o operador de José Geraldo Riva nos esquemas de desvios de dinheiro da Assembleia Legislativa”, destacou a magistrada.

Riva permaneceu preso por apenas 13 horas após a deflagração da operação Ventríloquo, em 1º de julho, na última quarta-feira. Além dele, foi preso o ex-secretário de Orçamento da Assembleia Legislativa, Luiz Márcio Bastos Pommot, apontado por Leite como o operador de José Riva, na operação passada. Também foi preso
o advogado Júlio Cesar Rodrigues.

Ainda segundo a juíza, uma testemunha afirmou que “o sucessor do falecido Edemar Adams no assessoramento de José Geraldo Riva, quando das práticas ilícitas e desvios de dinheiro público é Luiz Márcio Pommot. Assim, tudo indica que tenha sido ele o maior cúmplice de José Geraldo ao longo de anos, o que faz concluir pela necessidade da decretação da prisão preventiva, posto que demonstra ser quase tão periculoso como o chefe e líder da organização criminosa”.

Riva e Pommont foram presos na manhã do dia 1º de julho, pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), durante a Operação Ventríloquo. Riva conseguiu reverter a prisão junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde do dia 1º. Pommot continua preso.

Riva e Luiz Márcio, em dezembro de 2014, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) por ato de improbidade administrativa juntamente com o deputado Mauro Savi (PR), Djan da Luz Clivati, Jorge Luiz Martins Defanti, Gleisy Ferreira de Souza, o ex-deputado Maksuês Leite, em um esquema envolvendo a empresa Propel Comercio de Materiais para Escritórios LTDA. Todos os nomes são acusados por fraudar licitações e desviar um montante de dinheiro público no valor de R$ R$ 2.273.503,04.

Segundo a apuração do MPE, Pommot realizava contato direto com as empresas. Ainda conforme os autos, a Assembleia Legislativa, entre 2011 e 2013, pagou a estratosférica quantia de R$ 68.140.019,30 em serviços gráficos.

Em depoimento ao Gaeco, Riva negou que tenha feito acordo com o advogado Júlio Cesar porque, segundo ele, em julho de 2013 a Assembleia não tinha condições de quitar com qualquer compromisso, e que eventual negociação não foi travada comsigo e sim com a mesa diretora da Assembleia, à época presidida por Romoaldo Júnior.

Atualizada

A matéria foi publicada originalmente publicada com o título “Operação que culminou em prisão de Riva e ex-secretário Pommot teve início com delação de ex-deputado“, mas foi corrigida às 19h de segunda-feira (6), porque apesar de as informações prestadas por Maksuês terem sido utilizadas pela juíza, não foram elas a origem da operação, e sim
a delação premiada do advogado Joaquim Miele, que representava o banco HSBC. Ele teria entregue à Justiça todo o esquema envolvendo o antigo Banco Bamerindus, atual HSBC, e a Assembleia Legislativa, durante a gestão do ex-deputado José Geraldo Riva (veja aqui).
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