O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues, disse à CPI da Petrobras que o órgão deu origem à Operação Lava Jato a partir do envio de 267 relatórios de movimentação financeira suspeitas desde 2011.

Segundo ele, esses relatórios continham um total de 8,9 mil comunicações de operações financeiras suspeitas, que envolveram 27,5 mil pessoas e um valor total de R$ 55 bilhões. “Mas este valor não é preciso, já que é calculado somando os valores de cada relatório, alguns dos quais falavam de movimentações em período grande. É o mesmo que somar laranja com banana”, explicou.

Os deputados da CPI querem que Rodrigues aponte falhas na legislação, que permita o esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas usado nas irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato.

“Não é uma resposta simples”, disse. Segundo ele, a legislação brasileira que trata de lavagem de dinheiro não evita que o crime seja cometido. “E isso não é necessariamente ruim, já que é fundamental para a descoberta desses esquemas não alertar os criminosos, o que aconteceria se as operações fossem proibidas”.

De acordo com o presidente do Coaf, não é eficiente endurecer a legislação a ponto de causar empecilhos legais para todos os cidadãos com base em uma minoria que comete crimes.