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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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Ouro de Tolo

Delator revela empréstimo de R$ 418 mil para campanha de Lúdio Cabral e 'ressarcimento' com dinheiro da Setas

Foto: Ilustração

Delator revela empréstimo  de R$ 418 mil para campanha de Lúdio Cabral e 'ressarcimento' com dinheiro da Setas
Delator do esquema de desvios públicos da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência (Setas), o empresário Paulo Lemes, afirma em depoimento prestado ao Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado, que repassou a quantia de R$ 418 mil para ser empregado para que vereadores eleitos apoiassem o candidato Lúdio Cabral (PT), em uma disputa de segundo turno à Prefeitura de Cuiabá no ano de 2012.  O depoimento foi prestado no último dia 29 de junho ao Ministério Público  Estadual (MPE)  e embasou a operação Ouro de Tolo, que levou para à prisão, a ex-primeira dama do Estado, Roseli Barbosa. 

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Na delação, ele explica que a divisão dos lucros por meio da prestação de serviços do Qualifica Mato Grosso VIII à Secretaria de Estado de Assistência (Setas) no valor de R$ 3.414,078, 00 foi diferente do que acontecia tradicionalmente.
Ele afirmou aos promotores que mantinha o compromisso de repasse de 40% dos valores recebidos a primeira- dama, Roseli Barbosa, nos contratos efetivados com a pasta. Normalmente, para ele, sobrava a quantia de R$ 36% do ‘lucro’. Outros 24% eram destinados ao assessor e intermediário das negociações, Rodrigo de Marchi e o empresário Nilson da Costa e Faria (também presos).

No documento obtido pelo Olhar Jurídico, ele afirma na ocasião do ‘empréstimo’ de R$ 418 mil, o ex-secretário de Estado Éder Moraes, estava junto do chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio César Corrêa Araújo.

“Que parte do dinheiro o interrogando entregou para Eder e outra parte pagou despesas em postos de gasolina e outras despesas. Que parte do dinheiro deu diretamente para Silvio”, diz.

O contrato de pouco mais de R$ 3 mi do Qualifica Mato Grosso garantiu o lucro de R$ 755.466, 75 . No entanto, para que o empréstimo fosse quitado, a primeira dama, Roseli Barbosa, teria recebido apenas a quantia de R$ 180 mil e outros R$ 150 mil foram destinados a Silvio. Para ‘se pagar’ o interrogando iria ficar com a quantia de R$ 370,476,75 e ele daria por quitada a dívida de R$ 418 mil. 

Na oitiva, o empresário isenta o então governador Silval Barbosa (PMDB) afirmando que nunca conversou com o mesmo a respeito do empréstimo para campaha, mas pondera “Silvio dificilmente faria alguma coisa que não fosse de conhecimento ou autorizado por Silval”.

O empresário é proprietário do Instituto de Desenvolvimento Humano e do Instituto Concluir empresas usadas no esquema que causou prejuízos na ordem de R$ 8 milhões ao erário. Ele prestou depoimento ao Gaeco em 29 de junho deste ano. Na tarde de hoje na operação Ouro de Tolo, foram presos Roseli Barbosa, Nilson da Costa e Faria, Rodrigo de Marchi e o ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio Cezar Correa Araújo.

Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), todo esquema teria acontecido entre 2012 e 2013, durante a gestão de Roseli. A Setas teria contratado a empresa Microlins e os Institutos de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) para executar programas sociais referentes ao “Qualifica Mato Grosso”, “Copa em Ação”, entre outros através do uso de “laranjas”. Na ação a qualidade desses cursos também é questionada.

O MPE narra um esquema de desvio de verbas públicas, que seria encabeçado pelo denunciado Paulo César Lemes, o qual teria forjado a criação de institutos sem fins lucrativos “de fachada”, visando burlar a legislação e contratar diretamente com a Administração Pública.
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