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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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OPERAÇÃO SODOMA

Procurador do Estado teria lavado R$ 500 mil em factoring para Silval Barbosa

Foto: Reprodução

Procurador do Estado teria lavado R$ 500 mil em factoring para Silval Barbosa
O procurador do Estado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, conhecido como Chico Lima, teria sido o responsável pela lavagem de R$ 499.998 em propina na factoring FMC Recuperação de Crédito Ltda., e teria agido a mando do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). As informações constam na decisão da juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que determinou a prisão de Silval na Operação Sodoma.

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Em depoimento à Polícia Civil, Frederico Muller Coutinho, sócio da empresa de factoring, relatou que Chico Lima levou seis cheques no valor de R$ 83.333 para trocar, totalizando quase meio milhão de reais. Parte desse valor foi entregue a Chico em dinheiro, e a maioria foi trocado por cheques de outros clientes da factoring.

Frederico relatou que ficou preocupado quando soube quem era Chico Lima, “sabendo que essa pessoa era vinculada ao Governador Silval Barbosa e, que seria a pessoa responsável fazer a ‘correria’ em levantar dinheiro para o Grupo Político do Silval Barbosa. Em virtude disso pediu ao seu sócio Filinto procurar o Chico Lima para saber a origem desse crédito, tendo Chico Lima confirmado para Filinto que esses valores eram destinados ao grupo político do Governador Silval Barbosa”, conforme trecho do depoimento.

O sócio da factoring declarou, ainda, que na reunião realizada entre Chico Lima e seu sócio Filinto, o procurador disse: “não posso assinar uma promissória em meu nome, assumindo uma dívida pelo fato de estar aqui representando interesse do Silval Barbosa”. E completou: “... valores como esse pro Silval é (sic) igual banana na guela de véio". Consta ainda nos autos que, por ordem Chico Lima, foi feito um depósito no valor de R$ 25.000 para o ex-chefe de gabinete do então governador Silval Barbosa, Silvio Correa.

Chico Lima está no Canadá em viagem com a família e existe uma medida cautelar para que ele seja monitorado por tornozeleira eletrônica. Foram apreendidos computadores e mídias no apartamento que o procurador possui no Rio de Janeiro (RJ).

A Operação Sodoma foi deflagrada pela Polícia Civil na última terça-feira (15), e investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Foram presos o ex-governador Silval Barbosa, além dos ex-secretários Pedro Nadaf (Indústria e Comércio) e Marcel de Cursi (Fazenda).

O outro lado

O Advogado Valber Melo, assessor jurídico do ex-governador, garantiu que seu cliente é inocente. “Pelo o que saiu na imprensa e apenas a decisão que nós tivemos acesso, nada que ligue diretamente a ele nenhum fato concreto que diga respeito a ele. Ele não pode ser preso por simplesmente ter sido governador e por ter assinado um decreto”, disse o jurista..

“A imputação que tem contra ele é que ele teria assinado um decreto e que haveria irregularidades nos incentivos fiscais e ele não pode responder nem por ato de terceiro, nem simplesmente por ser governador, já que era um mero ato do ofício dele assinar esse decreto”, finalizou, Valber.



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