O novo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Gonçalo Domingos de Campos Neto, empossado na manhã desta quarta-feira (20), disse que cabe à Justiça a investigação envolvendo o afastamento dos cinco conselheiros determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no mês de setembro. Segundo conselheiro, a imagem do TCE será recuperada com trabalho.
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“Isto é uma questão da justiça”, disse a jornalistas após a posse. Questionado como a corte iria recuperar a má impressão deixada, o conselheiro se limitou apenas a dizer que com “trabalho”.
O STF determinou o afastamento de Valter Albano, José Carlos Novelli, Antonio Joaquim, Waldir Teiss e Sérgio Ricardo no dia 14 de setembro. Os gabinetes no TCE e endereços ligados aos cinco conselheiros também foram alvos de busca e apreensão na Operação Malebolge, da Polícia Federal deflagrada no mesmo dia.
O pedido de busca e os afastamentos foram pedidos pelo ministro do STF Luiz Fux após o ex-governador Silval Barbosa dizer em depoimentos de sua delação premiada ter pagado propina aos conselheiros para não ter o andamento das obras da Copa do Mundo de 2014 prejudicado.
Conforme Barbosa, o presidente do TCE na época, José Carlos Novelli o procurou dizendo que os conselheiros estavam descontentes com as obras do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), além das obras do programa MT Integrado.
O ex-governador também acusa os conselheiros de terem pedido R$ 70 milhões em propina, mas que houve uma negociação e ficou acertado em R$ 53 milhões que foram pagas em 18 meses.
Silval Barbosa foi preso pela Polícia Civil um ano após deixar o cargo de governador e permaneceu quase dois asnos por fraudes na concessão de incentivos fiscais a empresas no estado, por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).
Em agosto de 2017, o ministro Luiz Fux, do STF homologou a delação premiada do ex-governador e a classificou como ‘monstruosa’ por envolver vários deputados, senadores, conselheiros e empresários de Mato Grosso.