Olhar Jurídico

Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Notícias | Criminal

Prazo dado à CPI do Cachoeira decreta fim de investigações, diz Alvaro Dias

Após a leitura do requerimento prorrogando por 48 dias o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações criminosas de Carlinhos Cachoeira, o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), criticou em Plenário a decisão.

Segundo o parlamentar, que defendia a prorrogação por 180 dias, o prazo aprovado, considerado exíguo, torna inviável realizar as quebras de sigilo de cerca de 30 empresas de fachada que, de acordo com a Polícia Federal, teriam recebido recursos públicos repassados pela empreiteira Delta Construções. Alvaro Dias disse considerar que a decisão, na prática, decreta o fim das investigações.

- O que se faz agora é decretar o fim dessa comissão parlamentar de inquérito. Há um simulacro de prorrogação. A prorrogação que se anuncia agora não é suficiente para avançar nas investigações – criticou o senador.

Com o encerramento dos trabalhos da CPI ainda neste ano, Alvaro Dias avalia que o resultado das investigações será um “relatório chapa branca”. Ele afirmou ainda que a comissão está “jogando o lixo para baixo do tapete”.

- Houve uma encenação, que se estabeleceu um cronograma para que essa CPI chegasse ao final do ano sem apresentar um relatório veemente – denunciou.

Mensalão

Na opinião do senador, o governo apenas usou a CPI para desviar as atenções do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

- O objetivo da instalação desta CPI era ferir o partido de oposição em Goiás, o PSDB. E era, se possível, desviar as atenções da opinião pública desse memorável julgamento do mensalão. O que se verifica agora é que não desejam investigar para valer – disse.

Ao comparar a atuação dos ministros do Supremo no julgamento e dos parlamentares na CPI do Cachoeira, Alvaro Dias afirmou que os primeiros, pela seriedade, se tornaram “ídolos” da população, enquanto o segundo grupo ficou devendo no combate à corrupção.

- Ficamos devendo. Enquanto os ministros do Supremo se tornam ídolos de boa parte da população brasileira, parlamentares se tornam desavergonhados pizzaiolos ao impedir que o Congresso Nacional possa prestar esse serviço ao país, o serviço maior que é a de combate à impunidade – disse Alvaro.
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