Terminou sem acordo a primeira audiência de custódia realizada entre Edgar Ricardo De Oliveira, preso acusado de executar sete pessoas numa chacina em Sinop, e Kelma Silva Santos Andrade Costa, esposa de Maciel Bruno de Andrade Costa, uma das vítimas fatais do atentado. Na ação, Kelma que é mãe dos dois filhos deixados por Bruno, pede uma indenização por dano material e moral no valor de R$ 300 mil. 

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A audiência foi realizada no último dia 29 de agosto, na 2ª Vara Cível de Sinop. A conciliação, no entanto, acabou sem acordo. Isso porque Edgard alegou que não tem advogado para representá-lo no processo e solicitou que fosse nomeado defensor público para o seu caso.

Na ação apresentada à Justiça, a mãe argumenta que as crianças perderam não só o pai, mas um companheiro que fazia questão de participar ativamente na vida de seus filhos, os amava incondicionalmente e também era o provedor do lar. 

Ainda adiciona que Edgar agiu com todo ódio em seu coração e tirou a vida de um pai de família, que trabalhava há mais de dez anos no estabelecimento para o sustento de sua família, sendo morto brutalmente pelo requerido, sem qualquer possibilidade de defesa. Diante disso, a ex-companheira propôs uma ação indenizatória fixada em R$ 300 mil. 

Nela, a defesa pede o bloqueio de bens como também o bloqueio de transferência de bens móveis e imóveis em nome do Edgard; o bloqueio de conta bancária, e outras medidas cabíveis para assegurar o direito dos requerentes ao recebimento da indenização.

Em decisão proferida no dia 10 de maio, o juiz Cleber Luis Zeferino de Paula, da 2ª Vara de Sinop, determinou a realização da audiência de conciliação e concedeu uma decisão liminar para que seja efetuado o bloqueio das matrículas de eventuais imóveis existentes em nome de Edgard, sob pena de responsabilidade. 

O magistrado também encaminhou um ofício ao Detran a fim de que a Justiça seja informada sobre a existência de eventuais veículos no nome do acusado, também sob pena de responsabilidade em caso de não cumprimento. Entretanto, realizada na última terça-feira (29), a audiência de conciliação terminou sem acordo. 

A chacina 

A Chacina de Sinop ocorreu em 21 de fevereiro deste ano, em uma bar. O outro envolvido, Ezequias Souza Ribeiro, morreu em um confronto com a polícia após o crime. 

As vítimas da chacina foram Maciel Bruno de Andrade Costa, Orisberto Pereira Sousa, Elizeu Santos da Silva, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, Josue Ramos Tenorio, Adriano Balbinote e Larissa de Almeida Frazão (12 anos).  

De acordo com denúncia do Ministérios Público, na manhã de 21 de fevereiro Edgar Oliveira, acompanhado de Ezequias Ribeiro, apostou dinheiro em jogos de sinuca em um bar da cidade, perdendo cerca de R$ 4 mil para Getúlio Rodrigues Frazão Júnior. 

No período da tarde, Edgar retornou ao estabelecimento acompanhado de Ezequias e “chamou a vítima Getúlio para novas partidas de sinuca, também com aposta em dinheiro, ocasião em que perdeu novamente e, de inopino, jogou o taco sobre a mesa, verbalizou com seu comparsa Ezequias que, de imediato, sacou uma arma de fogo e rendeu as vítimas, encurralando-as na parede do bar, enquanto Edgar se dirigiu à camionete e se apossou de uma espingarda”. 

Em seguida, Edgar seguiu em direção às vítimas e efetuou o primeiro disparo contra Maciel Bruno, tendo, na sequência, realizado o segundo tiro em desfavor de Orisberto, enquanto o comparsa Ezequias disparou contra Elizeu. Edgar efetuou mais dois disparos, acertando Getúlio e Josue. Adriano e a adolescente Larissa tentaram correr e também foram atingidos por ele. As vítimas Maciel Bruno e Getúlio também foram alvejadas por Ezequias quando já estavam caídas no chão.