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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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HOMICÍDIO QUALIFICADO

Tribunal do Júri condena membros de facção a 104 anos de prisão por executar e decapitar vítima em Cuiabá

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Tribunal do Júri condena membros de facção a 104 anos de prisão por executar e decapitar vítima em Cuiabá
O Tribunal do Júri condenou quatro criminosos pelo homicídio qualificado de Nelson Wolfred, trabalhador de São Paulo, de 36 anos, que atuava em Cuiabá, encontrado decapitado e com sinais de tortura, em 2019. Julgamento ocorreu nesta terça-feira (21) e, somadas, as penas chegam a 104 anos de prisão. Eles responderam pelos crimes de homicídio (qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), integrar organização criminosa, ocultação de cadáver e corrupção de menores.


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Rodivan Oliveira Nazaré dos Santos foi condenado a 28 anos e 10 meses; Elivelton Donizete Nascimento da Silva a 25 anos e seis meses de reclusão; Claudemir Alves Martins à pena privativa de 23 anos e oito meses de reclusão; Eluízio de Souza Delgado a 26 anos. Elivelton foi absolvido nos crimes de corrupção de menores e ocultação de cadáver.

Familiares da vítima agradeceram a equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pela investigação que chegou aos responsáveis pelo crime bárbaro. “Sempre acreditei que fossem me ajudar a fazer justiça pelo meu irmão. Sem a ajuda, eu não conseguiria nem encontrar o corpo dele”, disse à assessoria da Polícia Civil o irmão de Nelson.

Conforme investigado pela DHPP, Nelson Wolfred era natural de São Paulo e estava a trabalho em Cuiabá quando desapareceu em 15 de fevereiro de 2019, após ser visto discutindo pelo telefone com alguém. Depois, ele entrou em um carro e não foi mais visto.

O corpo dele foi encontrado no dia 8 de março do mesmo ano, em uma área de mata no bairro Santa Terezinha, na capital, local que seria conhecido como desova do Comando Vermelho. A vítima estava decapitada e com sinais de tortura. Inicialmente, Nelson não foi identificado, pois estava sem documentos.

O Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP auxiliou na identificação da vítima. Colegas da empresa onde Nelson trabalhava haviam registrado o desaparecimento dele 15 dias antes da localização do corpo.

Conforme as investigações da DHPP, o crime foi motivado por uma suposta rixa entre facções criminosas, uma vez que vítima veio de São Paulo e dizia pertencer ao PCC, grupo criminoso rival, que ordenou o crime.

De acordo com o delegado Olímpio da Cunha Fernandes Junior, a investigação foi complexa, uma vez que, inicialmente, não havia indício de quem poderia ter praticado o crime e nem a identificação da vítima. “Como a vítima veio de outro estado e não conhecia ninguém na região, tentava contar vantagem dizendo ser membro de uma facção, fato que teria motivado a sua morte”, explicou o delegado.

Após reunir evidências que possibilitaram a identificação dos autores, o delegado representou pelas prisões dos quatro investigados, que foram presos em Cuiabá e Várzea Grande, em novembro do mesmo ano em que ocorreu o crime.

A investigação apurou que os quatro condenados e um adolescente torturaram a vítima e depois desferiram socos e pauladas e fizeram os disparos. Um deles, Eluízio, foi o responsável por fazer os disparos contra a cabeça de Nelson e o decapitar. Eluízio ainda confessou à época da prisão que exercia a função de “disciplina” da organização criminosa e era encarregado de ordenar a punição imposta pelo grupo.

(Com informações da assessoria)
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