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Domingo, 28 de abril de 2024

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AUMENTAVA PRÊMIO SAÚDE

Emanuel 'comprava' servidores que pretendiam delatar esquemas na Saúde, aponta PJC

Foto: Reprodução

Emanuel 'comprava' servidores que pretendiam delatar esquemas na Saúde, aponta PJC
Relatório da Polícia Judiciária Civil que resultou no afastamento de Emanuel Pinheiro (MDB) do cargo de prefeito de Cuiabá, por seis meses, evidenciou a suposta tentativa de calar servidores para que eles não entregassem os esquemas chefiados por Pinheiro no âmbito da Secretaria Municipal da Saúde.

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Diálogo interceptado pela polícia, travado entre Milton Correa da Costa, que ocupou diversos cargo no âmbito da saúde do município, e a primeira-dama Márcia Pinheiro, mostrou a tentativa de suborno a dois servidores, identificados apenas como Flávio e Marinalva. Após passarem por reunião com o próprio Emanuel, eles tiveram a intenção de delatar o caso e, para que não o fizessem, o prefeito propôs aumentar absurdamente os prêmios que eles receberiam.

"O Célio está com tudo isso para você. Ele está pagando prêmio de acordo com a cabeça. Tipo, como foi com o Flávio e a Marinalva, que fizeram aquela reunião com o Emanuel, para comprar os dois ele ia aumentar o prêmio deles absurdamente para eles se calarem", diz trecho da conversa.

Conforme o relatório, Emanuel foi apontado como o responsável por determinar contratações temporárias à pasta da saúde, sobretudo de indicados políticos, visando garantir apoio à sua gestão.

Os indicados, muitas vezes sem qualificação para atuarem em respectivas áreas, recebiam o “prêmio saúde” com valores determinados pelo próprio prefeito. “Destaca-se ainda que EMANUEL não deixava reduzir a folha de contratados, mesmo sendo alertado sobre o excesso e a falta de concurso, pois visava manter as indicações”, completa o relatório.

A concessão desenfreada dos referidos prêmios foi descortinada no âmbito da Operação Capistrum, que resultou no primeiro afastamento de Pinheiro da prefeitura da capital, em 2021.

Segundo as investigações, Pinheiro demandava ao seu chefe de gabinete, Antônio Monreal Neto, que tinha a função de promover efetivamente as contratações, que ordenasse aos servidores da SMS para não fornecer documentos e informações ao Ministério Público com intuito de proteger o grupo.

Márcia Pinheiro foi investigada por interferir nas contratações feitas pela pasta, além de indicar pessoa para cargo de coordenador de Gestão de Pessoas da Pasta, com quem despacharia diretamente, subjugando as atribuições da Secretaria da pasta.

O relatório em questão, concluído em fevereiro deste ano, trouxe fatos novos sobre a possível chefia de Emanuel em esquemas que “sangraram” os cofres da saúde em pelo menos, segundo o Ministério Público, R$ 350 milhões.

Atendendo o pedido ministerial, o desembargador Luis Ferreira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), afastou Emanuel do cargo nesta segunda-feira (4), por seis meses, pela suposta prática de organização criminosa. Para o MPE, ele é chefe do grupo que atuou com objetivo de causar “sangria dos cofres públicos”, sobretudo na pasta da Saúde.

Três dias depois, Pinheiro foi reconduzido ao cargo pelo ministro Ribeiros Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 
 

 
 
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