Olhar Jurídico

Domingo, 05 de maio de 2024

Notícias | Geral

OPERAÇÃO ASSEPSIA

Orlando Perri defende Sakamoto e diz que investigar Ornéllas cabe ao CNJ; servidor deve ser demitido

Foto: Reprodução

Orlando Perri defende Sakamoto e diz que investigar Ornéllas cabe ao CNJ; servidor deve ser demitido
O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Orlando Almeida Perri, garante que a investigação que originou a ‘Operação Assepsia’ partiu do Poder Judiciário, lembra que o desembargador Manoel Ornéllas está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e que o desembargador Pedro Sakamoto, em sua análise, não cometeu crime, embora já esteja sendo investigado pela Promotoria do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Já o servidor Clodoaldo Souza Pimentel, se comprovada a denúncia de participação em tentativa de ‘compra de sentença’, deve ser demitido.

“A operação toda foi comandada pelo Gaeco, porque a denúncia foi apresentada pelo próprio magistrado José de Arimatéia, através de um assessor, que sofria assédio”, disse Perri, durante entrevista coletiva, no final da tarde desta terça-feira (09/04), no gabinete da Presidência do TJMT.

Pedro Sakamoto atua nas turmas de Câmaras Criminais Reunidas e votou pela prisão dos acusados de tráfico, medida contrária à defendida por Clodoaldo, que atuava na Secretaria das Câmaras Cíveis Reunidas. “Portanto, praticamente não tinham contato”, atesta Perri.

Responsável pela instauração de mais de 30 processos contra magistrados, quando era corregedor de Justiça do Judiciário, o agora presidente Orlando Perri assegura que jamais irá se curvar à corrupção. “Eu não recebi nenhum comunicado oficial do CNJ. Quem pediu a investigação do desembargador Onéllas foi o Ministério Público do Estado. Então, não faz sentido o TJ abrir uma investigação paralela”, pondera ele.

Perri não quis citar especificamente o bacharel em direito Marcelo Santana, tampouco o servidor Clodoaldo Pimentel. Todavia, alertou a existência de ‘lobistas’ que tentam demonstrar uma intimidade que jamais tiveram com qualquer magistrado. “São pessoas sem escrúpulos que ‘vendem’ a sentença sem que os magistrados saibam ou mesmo possam imaginar”, avalia o chefe do Judiciário.

“São muitas pessoas que, na verdade, nunca gozaram de prestígio perante este ou aquele magistrado. Verdadeiros marginais que não possuem prestígio com ninguém e tentam ‘vender’ que podem influenciar numa decisão, o que quase nunca é possível”, pontua o presidente do TJMT.

Orlando Perri cita que os ‘lobistas’, via de regra, jogam com o percentual. “Quando o juiz vai julgar um processo, em geral, possui 50% de chance para cada lado. Então, o ‘lobista’ joga com 50% de chance: se conseguir êxito, vai se vangloriar; caso contrário, apressa-se em identificar algum equívoco”, justifica ele.

O presidente do Tribunal de Justiça reconhece que a morosidade da Justiça, por vezes, favorece esse tipo de ação. Mas adverte que tem agido fortemente para extirpar as maçãs poderes. “Temos 4.333 servidores e 300 magistrados, no Judiciário de Mato Grosso. Menos de 5% são investigados, o que demonstra que temos agido corretamente”, emenda ele.

Almeida Perri acredita que o importante é manter a vigilância. “O importante é que não baixemos a guardar no combate à corrupção. Sei que não vai acabar, mas podemos diminuir”, completa Orlando Perri.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet