O candidato a prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB) avaliou o recorde de abstenções e votos brancos e nulos na capital como culpa, pelo menos em partes, do adversário Wilson Santos (PSDB), que nas palavras do peemedebista é um dos responsáveis pelo descrédito dos cuiabanos com a classe política.
 
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A avaliação de Pinheiro foi feita durante a última semana, em reunião com vereadores, quando conclamou seus apoiadores a continuarem engajados no segundo turno, buscando os votos que não foram para sua candidatura. Emanuel afirmou que não irá buscar seus adversários derrotados no primeiro turno e garantiu que quer um diálogo sem mediadores com quem votou em Procurador Mauro (Psol), Julier Sebastião (PMDB), Serys Slhessarenko (PRB) e Renato Santtana (Rede).
 
“Queremos tocar no coração daqueles que optaram pela abstenção, que optaram por anular os votos, que optaram por se omitir do processo, que eu sei que em grande parte do descrédito e da desconfiança que ele carregam no coração está depositado nos ombros do nosso adversário, que abandonou Cuiabá, que mentiu para a população, que já foi [prefeito] duas vezes e não fez e agora quer dizer que vai fazer na terceira”, criticou Emanuel.
 
“Grande parte dessa decepção, desse descrédito foi muito ajudado pelo nosso adversário e nós vamos tentar no diálogo e na relação direta sem intermediários com aquele contingente enorme que optou pela abstenção, pelo nulo e pelo branco e dos eleitores do Procurador Mauro, da Serys, do Julier e do Renato Santtana, vamos mostrar que temos propostas, que temos programas, que temos projeto e que acima de tudo temos o sentimento de cuidar da vida das pessoas, que é cuidar de gente, de preocupar e fazer obras humanas para melhorar a vida das pessoas, mostrando a presença do prefeito na vida das pessoas”, completou.
 
Abstenções, brancos e nulos  
 
A soma de abstenções, nulos e brancos em Cuiabá totalizou 127.987 votos, tendo superado os números obtidos nas urnas por Pinheiro, escolhido por 98.051 eleitores. Esse é o maior número de pessoas que já deixaram de votar em um candidato a prefeito na capital pelo menos desde 2004, quando 70.885 não optaram por nenhum candidato ou não votaram.

O quadro cuiabano acompanha um cenário nacional. Em Belo Horizonte, a soma das abestenções, brancos e nulo superou a soma de votos dos dois candidatos que foram para o segundo turno. Em São Paulo, a abstenção, brancos e nulos teve números mais expressivos que os do candidato eleito, João Dória (PSDB).

Em Cuiabá os votos brancos e nulos mais que dobraram em comparação com a eleição municipal anterior. No ano de 2012, 20.149 pessoas votaram em branco ou nulo enquanto agora 45.327 pessoas escolheram essas opções, um índice 125% maior.

Já as abstenções, pessoas que não comparecem à votação, subiram 26% em relação ao pleito municipal passado. Em 2012, 65.514 pessoas não compareceram às urnas, enquanto nesse ano 82.660 eleitores abriram mão do direito de votar. Colaborou Jardel P. Arruda.