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Sábado, 27 de abril de 2024

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OPERAÇÃO ATLÂNTIDA

Escutas revelam conluio entre empreiteiros e servidores

Foto: Tv Serra Azul-BG

Os acusados já estão em Cuiabá na superintendência da PF

Os acusados já estão em Cuiabá na superintendência da PF

As investigações da operação Atlântida da Polícia Federal, que prendeu 26 pessoas envolvidas no crime de fraudes em licitações nesta sexta-feira (26), começou em fevereiro. Através das escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça Federal, a PF chegou à existência de uma organização criminosa denominada ORCRIM que definia previamente os vencedores das licitações.


Por meio de conversas entre empreiteiros e servidores, que constam do inquérito policial obtido com exclusividade pelo Olhar Direto, verificou-se o monopólio da empresa Silgran nas obras de asfalto e as obras de maior porte para as empresas Conspav e Assecon.

O método utilizado pelos empreiteiros era a supressão de propostas onde as empresas concorrentes não compareciam ou desistiam de participar das licitações. As investigações apontavam como líder Antônio Cesara Silveira, da Silgran, que era representado nas licitações por Joaquim Luiz de Andrade.

Na denúncia encaminhada pelo Ministério Público Federal, o empreiteiro Luiz Antônio Jacomini, da Assecon, é apontado como articulador dos interesses da ORCRIM.

Abaixo, o Olhar publica alguns trechos transcritos de áudio. A primeira é de uma conversa entre Jacomini e Raimundo Alves, responsável pela intermediação dos interesses da ORCRIM junto à prefeitura de Canarana.

Jacomini diz a Raimundo que vai mandar para o presidente da Comissão de Licitação de Canarana, Orlando da Silval Oruê, o “nome das empresas” referindo-se à licitação de projetos de água e luz, sugerindo o direcionamento privado da licitação. No áudio, Jacomini diz para o “concorrente” Salustiano Lourenço de Melo que como ficou só ele (Assecon) na licitação, fica mais fácil para conversar, sugerindo uma possível negociação para vencimento do certame.

Em outra escuta, a Polícia Federal flagrou dia 29 de julho, uma conversa entre o ex-secretário de Obras, César Natal Magrini, com a engenheira da prefeitura de Água Boa, identificava como Márcia, sendo que esta diz que a licitação foi cancelada, pois o empreiteiro Salustiano Lourenço de Melo entrou com queixa crime na promotoria.

Magrini diz “Sei, ele quer dinheiro, ele tá quebrado coitado.” E diz “que em Barra do Garças ele também queria incomodar, e que se ninguém der dinheiro acabaria o problema".

Em outra licitação município de Pontal do Araguaia para construir um PSF, numa gravação de escuta no dia 07 de julho, Salustiano contrariado pelo fato de ter sido eliminado da licitação alega que o item que o tirou não estava no edital numa conversa com Jacomini e faz uma afirmativa de que iria “jogar merda no ventilador” naquela obra do Pontal, pois saberia como tirar todo mundo da licitação. Jacomini diz que ficou só ele, fica fácil para “conversar”. Ao final, Jacomini diz que na sexta-feira iria procurar Salu.
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