Revisor da ação penal 470 (mensalão), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (26) pela condenação de José Borba (ex-deputado federal pelo PMDB e atual prefeito de Jandaia do Sul, PR, pelo PP) e de Roberto Jefferson (ex-deputado federal e presidente nacional do PTB) por corrupção passiva. Em relação ao crime de lavagem de dinheiro, ele pediu a absolvição dos dois.

Borba foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber R$ 200 mil. Ele teria se recusado a assinar o recibo dos recursos, o que fez com que Simone Vasconcelos (ex-funcionária da SMP&B, agência de publicidade de Marcos Valério) viesse de Belo Horizonte (MG) para Brasília (DF) para efetuar o pagamento dos R$ 200 mil.

Lewandowski disse que o crime de corrupção passiva de Borba ficou caracterizado, já que ele recebeu o dinheiro por causa do cargo de deputado. "Ninguém passa recibo de corrupção", observou.

"O réu recebeu elevadíssimas somas em dinheiro", disse Lewandowski sobre Jefferson, que negociou o apoio do PTB ao governo federal em troca de R$ 20 milhões, mas recebeu apenas parte do combinado, R$ 4 milhões. O petebista recebeu R$ 4 milhões em dinheiro vivo, quantia paga pessoalmente por Marcos Valério. Jefferson nunca disse o que fez com o dinheiro. O ministro Joaquim Barbosa (relator do processo) pediu a condenação de Borba e de Jefferson pelos dois crimes. Acompanhe o julgamento minuto a minuto no Olhar Jurídico.