Provavelmente pela dificuldade em se lançar mais de duas candidaturas com força ao governo do Estado e a polarização em nível nacional, somado à falta de surgimento de novos líderes de envergadura, nas últimas décadas, o pleito de 2014 em Mato Grosso se desenha com apenas dois nomes fortes na sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB).

A reportagem do Olhar Direto apurou que, caso não haja o surgimento de qualquer ‘fato novo’ – leia-se nome de impacto fora do círculo visível – a tendência é de que o senador José Pedro Taques, pré-candidato do PDT ao Palácio Paiaguás, enfrente apenas um candidato forte, oriundo da atual base governista.

Despontam como principais pré-candidatos do arco de aliança governista o vice-governador Chico Daltro (PSD), lançado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo; o suplente de senador Cidinho Santos (PR), que possui as bênçãos de Blairo Maggi; e o ex-vereador Lúdio Cabral.

E, correndo por fora, agora bem mais distante, o juiz Julier Sebastião da Silva, que namora o PT e flerta com o PCdoB.

Blairo Maggi e Pedro Taques andaram de mãos dadas em quase 40 municípios apoiando prefeitos e vereadores, em 2012. Contudo,   devem se confrontar em palanques distintos, na disputa pelo governo de Mato Grosso, em outubro de 2014.

Taques nada em águas tranquilas, por ser o único nome à disposição do eleitorado, até o momento. Os outros nomes possíveis de estarem no páreo para o Palácio Paiaguás enfrentam problemas diferenciados.

Basta correr o olho no tabuleiro mato-grossense para perceber que realmente certos, com musculatura, sobram apenas Taques e mais um nome da base aliada – Cidinho, Daltro ou Ludio. Principal articulador da pré-candidatura de Chico Daltro, o deputado estadual José Geraldo Riva (PSD), presidente afastado da Assembleia Legislativa, aposta suas fichas na viabilidade do projeto social democrata.

E o PSD possivelmente quem possui maior capacidade de arregimentar majoritariamente os prefeitos, embora Riva já avisado que deseja ‘dependurar as chuteiras’. Ele deseja passar o bastão da família para a sua filha, Janaína Riva (PSD).

Caso Silval Barbosa não se desincompatibilize para disputar uma cadeira no Senado, as chances de Daltro passam a ser reduzidas. Contudo, o histórico de Riva prova que jamais ‘joga a toalha’, por antecipação, o que só aumenta os pontos em favor de Chico Daltro.

O juiz federal Julier Sebastião Silva, da Seção Judiciária de Mato Grosso, militante de esquerda desde os tempos do Curso de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), deixou sem resposta os sucessivos convites de filiação formulados pelo Partido dos Trabalhadores.

Maggi jura por tudo quanto é sagrado que vai sair da cena política, mas incentiva o eu afilhado José Aparecido Santos, o ‘Cidinho’, a disputar o pleito pelo PR.

Além de insuflar seu compadre ‘Cidinho’ Santos, Blairo já avisou que permanece no arco de alianças governista. Cidinho Santos foi senador na vaga de Blairo e é homem de confiança do ex-governador. Já Pedro Taques é candidatíssimo ao governo do Estado.

Nas quatro ou cinco vezes em que conversou com o Olhar Direto, avisou que seu nome foi escolhido pelo PDT. E, embora seja novo na militância, Taques é antigo em política, já que por várias vezes, quando era procurador da República, foi obrigado a lidar com políticos.