Contrariando as projeções mais otimistas, principalmente do governador Silval Barbosa (PMDB) e do senador Blairo Maggi (PR), a base governista entrou no mês de junho sem um candidato ao governo de Mato Grosso pré-definido. Dos três pré-candidatos ao governo do Estado na base aliada, nenhum demonstra intenção de arredar o pé da pretensão.

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Desta forma, a base governista continua com três na briga: Julier Sebastião da Silva (PMDB), Lúdio Cabral (PT) e Chico Daltro (PSD). E, desta forma, pela primeira vez no grupo governista, com apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT), passou-se a admitir a possibilidade de mais de um candidato ao Palácio Paiaguás, nas eleições de outubro. 

Existe a expectativa de serem lançadas até duas candidaturas a governador, com o compromisso de convergir em um possível segundo turno, provavelmente contra o senador José Pedro Taques, pré-candidato ao governo de Mato Grosso pelo PDT. Num eventual segundo turno, o terceiro colocado da base governista se uniria ao outro candidato para enfrentar Taques.

Entre a maioria dos dirigentes de partidos governistas, há quase um consenso de que falta - e muito - neste momento crucial, às vésperas de uma importante decisão, um líder com envergadura e moral incontestes. "Falta um líder que dê a ordem e seja obedecido sem discussão demasiada", observou um parlamentar governista.

O único que admite disputar outro cargo é o vice-governador Chico Daltro, em caso de Blairo Maggi mudar de ideia e resolver sair candidato ao governo. “Para ele, eu abro mão. Se Maggi resolver assumir a empreitada, recuo”, ponderou Daltro.

A demora da base governista, acima do esperado, para definir o candidato à sucessão d Silval Barbosa, passou de simples dúvida política, para verdadeira aflição eleitoral, chegando a provocar racha nas bases.

Lúdio Cabral não aceita falar em Maggi, por considerar que se trata de hipótese descartada. Ele entende que o pré-candidato já deveria estar debatendo o plano de metas, nos municípios. E é para isso que ele realiza a Caravana da Cidadania, fortalecendo a sua pré-candidatura e coletando sugestões para um eventual plano de governo.

Chico Daltro não se preocupa com a demora e acredia que o apoio dos municípios deve ser o diferencial. Enquanto isso, Julier Sebastião confia na chancela e na grandeza do PMDB, eleitoralmente o maior partido de Mato Grosso.

Todavia, qualquer que seja o candidato escolhido pela base governista, terá necessariamente de correr contra o tempo e a se desdobrar para reduzir a vantagem cada vez maior de Pedro Taques.