Depois de descer do muro e firmar compromisso com o senador José Pedro Taques, pré-candidato ao governador de Mato Grosso pelo PDT, o Partido Progressista volta suas baterias para emplacar o ‘rei da soja’ Eraí Maggi Scheffer como candidato a vice-governador, na chapa de oposição. E o principal trunfo oferecido, além do sobrenome e do poderio econômico, é a perspectiva de ‘arrastar’ o ex-governador e senador Blairo Maggi para o palanque de Taques. Com Eraí e Blairo, em tese, o candidato do PDT teria a maioria do agronegócio.

Candidatura de Taques é um dos nove “problemas” que Dilma enfrenta com a base nos estados

“Quem melhor do que o Eraí para dar envergadura e peso político numa chapa majoritária? Ele é quem reúne melhores condições, sem dúvida”, destacou o presidente do PP, deputado Ezequiel Ângelo Fonseca. Partiu dele a costura para que, em um almoço da direção do PP com a presidenta Dilma Rousseff (PT), houvesse a liberaçao para a aliança com Taques.

Ezequiel Fonseca afirma que Eraí Scheffer está afinado com o primo Blairo Maggi e que, na construção do projeto eleitoral para o pleito deste ano, o processo natural é que caminhem juntos. “É evidente que, para onde ele [Eraí] for, existe 80% de chance de ‘arrastar’ o Blairo. São do mesmo sangue. Foram criados juntos, como irmãos”, pontuou o dirigente progressista.

“O momento é de construir a aliança com sabedoria, junto aos demais partidos que compõem o arco de aliança do Pedro Taques. Não queremos ‘atropelar’ ninguém, porém, temos o direito de brigar por nosso lugar lá em cima [chapa majoritária] por causa da nossa capacidade de aglutinar”, emendou Fonseca, que é pré-candidato a deputado federal.

Dos partidos da antiga base do governador Silval Barbosa (PMDB), o PP foi quem teve a melhor recepção, no movimento Mato Grosso Muito Mais – de apoio a Taques. Isso porque, desde 2012, o PP deixou o governo Silval e assumiu postura de independência, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

O plano ‘B’ do partido, caso não vingue Eraí Scheffer, para a vaga de vice na chapa de Taques, é o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro (PP), considerado em condições de agregar mais de dois terços do agronegócio.