Figura conhecida das últimas disputas eleitorais em Mato Grosso, quando tentou por duas vezes a Prefeitura de Cuiabá e o Senado Federal, o Procurador Mauro (PSol) mudou a estratégia para este ano. A maior ‘estrela’ da agremiação no estado vai encarar a disputa proporcional por uma vaga na Câmara Federal. Isso com uma estrutura de campanha enxuta, estimada em R$ 5 mil. A definição da candidatura foi sacramentada em convenção partidária realizada na tarde deste sábado, na Universidade federal de Mato Grosso, em Cuiabá.

Psol faz congresso neste sábado para definir futuro nas eleições de 2014

A conta pode parecer difícil de fechar: alcançar um coeficiente eleitoral de mais de 200 mil votos em uma chapa pura, com quatro candidatos (oficializados até o momento, mas o número pode chegar a 12) e parcos recursos. Mas a equação feita pelo candidato ainda leva em consideração seu capital político adquirido em sua trajetória na vida pública e o conturbado momento enfrentado parte das lideranças de Mato Grosso após o início da Operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal no combate a crimes contra o sistema financeiro e corrupção.

“Somos nós [do Psol] de um lado e o pessoal da Ararath do outro”, afirma o candidato ao analisar o quadro eleitoral. Na ótica do socialista, a operação maculou tanto o grupo situacionista, que ainda busca consolidar um nome para a disputa ao governo, quando a oposição, capitaneada pelo senador da República Pedro Taques (PDT). “A Ararath vai ter uma grande influência na campanha”, sacramenta.

Mauro projeta que é possível sim se eleger a federal. Ele leva em consideração suas expressivas votações nas últimas eleições que disputou. Em 2012, ficou de fora do segundo turno à Prefeitura de Cuiabá vencido por Mauro Mendes (PSB) sobre Lúdio Cabral (PT), mas obteve 16.920 votos, superando Guilherme Maluf (PSDB) e Carlos Brito (PSD). Em 2010, disputou o Senado e obteve 97.803 votos e em Cuiabá superou até Carlos Abicalil (PT.)

Chapa pura

E mais uma vez o PSol vem para a disputa sem se coligar com ninguém. De acordo com Mauro, o partido não entra no jogo de barganha para garantir mais tempo de televisão ou estrutura de campanha, fazendo acordos que possam comprometer suas bandeiras. “Se temos pouco dinheiro, vamos com pouco dinheiro. Se o tempo é curto, vamos com o tempo curto. Vamos fazer assim, sem perder os princípios”, argumenta.

A convenção de hoje confirmou o presidente regional do partido, José Roberto, como candidato ao governo de Mato Grosso, tendo Marco Natale como vice e Gilberto Lopes Filho ao senado. Para a assembleia legislativa, o partido já tem 12 nomes oficializados, com a possibilidade de subir para 24. Os 4 nomes oficializados a federal também podem subir para 12.