Faltando pouco mais de três meses para as eleições para o governo de Mato Grosso, finalmente partidos e pré-candidatos decidiram correr contra o tempo para ampliar sua atuação nas redes sociais, de olho em uma legião de eleitores cada vez mais influenciada pelo que vê e lê na internet. Pesquisa recente encomendada pela Secretaria da Copa do Pantanal Fifa 2014 (Secopa) revela que jovens da Grande Cuiabá conversam mais pelas redes sociais do que por telefone ou pessoalmente.

Jurista alerta partidos sobre cuidados para não cometer equívocos em registro de candidaturas no TRE

O advogado Jackson Coutinho Coleta, especialista em direito eleitoral, explica que, pela lei, oficialmente, a campanha eleitoral na rede só começa no dia 6 de julho. No entanto, as legendas e candidatos tem buscado criar laços com o eleitor que possam render frutos nas urnas, cientes do potencial das mídias como plataforma de discussão – que veio à tona, de forma mais evidente, durante os protestos de junho de 2013, capaz de arrastar mais de 50 mil pessoas pelas ruas de Cuiabá.

Todos os pré-candidatos ao governo de Mato Grosso usam e abusam das redes sociais. José Pedro Taques (PDT), Julier Sebastião Silva (PMDB), Ludio Cabral (PT), Chico Daltro (PSD) e José Marcondes Neto ‘Muvuca’ (PHS) usam e abusam do Facebook. Fazem campanha escancarada quase sem serem advertidos pela Justiça Eleitoral – única que não necessita ser provocada para agir.

Julier Sebastião foi o único advertido, recentemente, pelo Tribunal regional Eleitoral (TRE), quando recebeu ordem para retirar do ar propaganda extemporânea. A página de Julier pulou de menos de mil para quase cinco mil seguidores, após o ‘pito’ da Justiça Eleitoral e é citada como exemplo de interação entre político e eleitor. São raros os comentários postados por seguidores que ficam sem resposta da assessoria do peemedebista.


Dados da Secopa revela que existem quase 1,15 milhão de mato-grossenses com acesso à internet, em casa ou no local de trabalho. Deste total, mais 80% estão conectados às redes sociais. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística projeta que Mato Grosso possui 3,11 milhões de habitantes.

Este número pode ser maior se for levado em conta que o volume total de pessoas com acesso à internet, no Estado, chega a quase 1,5 milhão – praticamente metade da população. No entanto, o Estado não divulga que proporção deste total acessa as mídias interativas.

Os protestos que levaram milhões de pessoas às ruas no ano passado trouxeram à tona o poder crescente que estas ferramentas vêm exercendo na sociedade brasileira.

Articuladas em redes como o Facebook e o Twitter – para citar apenas as maiores, o Brasil tem o segundo maior número de usuários no mundo em ambas as plataformas, só perdendo para os Estados Unidos. As tamanho mobilizações pegaram o governador Silval Barbosa de surpresa. O mesmo aconteceu com a presidenta Dilma Rousseff.

Pouco depois das eleições de 2010, Silval Barbosa reduziu o diálogo virtual com os cidadãos, revelando a falta de sintonia entre a classe política e a sociedade. O novo secretário de Comunicação do Estado, jornalista Marcos Lemos, retomou a ênfase às mídias sociais, entre outras medidas.

Todos os candidatos reforçaram as ações de comunicação em Mato Grosso nas mídias digitais e tuítes. A urgência dos candidatos se deve à extensão do Estado – difícil de percorrer em poucos meses – e à atenção dos eleitores com a Copa do Pantanal Fifa 2014. Todos desejam entender e dialogar com a sociedade no universo virtual pela proximidade das eleições, em 5 de outubro.

A pesquisadora de mídias sociais revela que as discussões que serão geradas nas redes sociais durante a campanha eleitoral podem sair do universo digital e influenciar o eleitorado que não tem acesso à internet.