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Terça-feira, 21 de maio de 2024

Notícias | Agronegócios

Milho transgênico avança e pressiona setor alimentício

O plantio de milho transgênico dará um salto na próxima safra (2009/10) para cerca de metade da área semeada em alguns Estados do Brasil, o que colocará pressão nas indústrias alimentícias, que não trabalham com produtos modificados geneticamente.


Na safra de verão anterior, apenas cerca de 5% da área de cultivo foi transgênica.

Entenda-se aqui por indústria alimentícia aquela que processa o milho que segue diretamente para o consumo humano e não as fábricas que esmagam o cereal para destiná-lo à ração de frangos e suínos.

A avicultura e a suinocultura, os dois setores que mais consomem milho no Brasil, abocanham anualmente mais de 60% da safra do cereal do país, de cerca de 50 milhões de toneladas, em 2008/09.

Já a indústria alimentícia fica com menos de 10% da produção nacional do grão, mas mesmo assim já começa a sentir-se pressionada, especialmente porque as condições de segregação do produto convencional no país são consideradas deficitárias.

Além disso, há risco de contaminação por transgênico em lavouras convencionais até pela polinização, que pode ocorrer pelo vento, se não for respeitada uma distância mínima entre as plantações.

"No próximo verão, sentimos que o transgênico vai para mais de 50 por cento na média (da área plantada)... Então para 2010 é complicado, somente quem pagar um plus para o produtor terá segregação especial", afirmou Aldo Alves, gerente da Integrada Cooperativa Industrial, em Andirá (PR), que trabalha somente com o grão convencional.
Entre os fatores para o crescimento do milho transgênico, além do fato de o produtor estar experimentando uma lavoura que pode lhe render mais e ser menos custosa, está o ainda nascente mercado de prêmio pelo cereal não-transgênico, que até agora foi pouco estimulante.

Mas, de acordo com Alves, na próxima safra, com o plantio começando em outubro e novembro, é possível que no Paraná (maior produtor nacional) aquele agricultor que conseguir segregar conseguirá um prêmio de 12% a 15% por cento em relação ao valor de mercado.

Embora o gerente da cooperativa avalie ser bastante provável o pagamento de prêmio ao produtor de convencional, ele ainda tem dúvidas de como o consumidor final, no supermercado, vai reagir, se vai aceitar a pagar um "plus" pelo produto feito a partir de grãos não-transgênicos.

"Eu vou pagar 15% para o produtor, mas vou jogar 15% para o óleo de milho bruto. Mas temos dúvidas, não sei se o mercado vai me remunerar, é uma dúvida muito grande para nós transformadores", acrescentou.

Os processadores de milho para o setor de alimentos vendem seus produtos para empresas do setor cervejeiro, além de produtoras de salgadinhos e cereais matinais, muitas delas multinacionais que preferem não ver suas marcas relacionadas a transgênicos.
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