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Quarta-feira, 15 de maio de 2024

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Comissão do Senado aprova indicação de Trezza para direção da Abin

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou nesta quarta-feira a indicação de Wilson Roberto Trezza para a diretoria-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). O diretor já ocupava o cargo de forma interina desde o fim do ano passado, quando o então diretor Paulo Lacerda foi afastado do comando da Abin em meio à crise que atingiu o órgão durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal.


Em votação secreta, os senadores aprovaram o nome de Trezza por 14 votos a um. O diretor foi sabatinado durante mais de três horas na comissão e revelou limitações da agência como dificuldades orçamentárias e fatos que nem sempre podem ser antecipados pela inteligência brasileira. Trezza disse, porém, que a crise na Abin está superada, apesar de reconhecer que o órgão enfrentou "constrangimentos" no ano passado.

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"Em 2008, a Abin passou por sua maior prova em todo o seu período de existência Tivemos que responder a questionamentos de duas CPIs, para subsídios a cinco inquéritos, vivenciamos situação altamente constrangedora de termos sido alvo de duas buscas e apreensões, outras buscas e apreensões em residências e servidores da Abin", afirmou.

O diretor da Abin confirmou a participação de 80 homens da agência durante a Operação Satiagraha. Trezza disse que os agentes trabalharam em momentos distintos da operação, com a participação simultânea de, no máximo, 12 homens da Abin junto à Polícia Federal. Na época, a Abin confirmou a participação "informal" dos agentes na Satiagraha, mas divulgou números diversos sobre a quantidade de homens que participaram da operação. A oposição acusou a agência de "descontrole", o que foi negado por Trezza durante a sabatina no Senado.

Irritado por ter sido alvo de um suposto grampo realizado em meio à Satiagraha, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) acusou o órgão de "arapongagem". Heráclito trocou farpas com o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que saiu em defesa do novo diretor da agência. Trezza, por sua vez, negou que a agência tenha realizado grampos ilegalmente --mas não se responsabilizou por gestões anteriores.

"Na minha gestão, a Abin não fez e não fará [grampo] sem respaldo legal. Se algo nesse sentido aconteceu, o que não acredito, todas as providências cabíveis serão tomadas. Mas posso garantir que na minha gestão não aconteceu sem respaldo legal", afirmou.

Trezza foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a agência em definitivo. O diretor assumiu o cargo em meio à crise na agência, em 2008, mas precisa ter o nome avalizado pela comissão do Senado antes de ser efetivado. Lacerda foi afastado após denúncias de que autoridades dos Três Poderes teriam sido alvo de escutas telefônicas ilegais --entre elas o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.
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