O secretário-geral da OEA (Organização de Estados Americanos), José Miguel Insulza, informou que no próximo dia 4 o Conselho Permanente da organização analisará em Washington as eleições hondurenhas deste domingo.

Insulza declarou à imprensa que esta reunião, dedicada exclusivamente a Honduras, analisará também o que for decidido pelo Congresso de Honduras na próxima quarta-feira (2) sobre o pedido de restituição do presidente deposto Manuel Zelaya.

O secretário-geral disse ainda que está acompanhando de perto o desenvolvimento das eleições.
Indagado sobre o apoio ao reconhecimento dos resultados das eleições expresso pelos EUA, Costa Rica, Panamá e Peru, Insulza respondeu: "Entendo que ninguém está sugerindo reconhecer o governo de fato; o que os governos estão falando é de depois de 27 de janeiro [data da posse do novo governo eleito hoje]".

A OEA suspendeu Honduras depois da deposição de Zelaya , em 28 de junho, mas as as tentativas da organização de mediar o fim da crise política fracassaram. A recente posição do governo americano em defesa da eleição hondurenha rachou o consenso inicial na OEA sobre Honduras.

Os EUA argumentam que a eleição estava convocada antes da crise, que os candidatos foram escolhidos previamente --nem Zelaya nem Micheletti concorrem-- e que o reconhecimento só deve ser decidido após a votação, de acordo com o parecer dos observadores internacionais.

Para o Brasil, o reconhecimento de uma eleição sem o retorno prévio de Zelaya abre um precedente que pode estimular golpes na América Latina, após as duas décadas de consolidação democrática que se seguiram ao ciclo de ditaduras apoiadas pelos EUA durante a Guerra Fria sob a justificativa de conter a ameaça comunista.