Contando com o brutal assassinato de Auro Ida, ocorrido há duas semanas em Cuiabá, do início do ano até agora 19 jornalistas morreram nas Américas. Segundo levantamento da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), 2011 já teve mais falecimentos de repórteres do que nas últimas duas décadas.

Empatado com Honduras, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking. Foram quatro os jornalistas brasileiros assassinados que tiveram seus nomes inclusos no relatório: Luciano Leitão Pedrosa (morto em Pernambuco, em abril), Valério Nascimento (interior do Rio, em maio), Edinaldo Filgueira (Rio Grande do Norte, em junho) e o próprio Auro Ida.

Embora as circunstâncias da morte de Auro Ida ainda não tenha sido esclarecidas, pois a polícia civil insiste com a tese de crime passional, o estudo considerou apenas os crimes relacionados ao exercício da atividade jornalística.

Há, portanto, a possibilidade, já noticiada pelo Olhar Direto, de que a execução tenha sido cometida pelo fato de Auro estar investigando uma suposta irregularidade em relação ao pagamento de precatórios por parte do governo estadual. A Polícia Civil trabalha com a tese de crime passional, embora admite a hipótese de uma execução.

Ainda de acordo com o estudo da SIP, divulgado no site do portal Comunique-se, o México é país que leva a primeira colocação na lista de homicídios. Cinco jornalistas foram assassinados devido a conflitos nas regiões violentas, dominadas pelo tráfico de drogas.

Em uma entrevista concedida à mídia em Miami (EUA), os diretores da SIP declararam "estado de alerta e preocupação" pelas mortes. A entidade criticou ainda a "perseguição judicial" aos jornalistas, além de citar o Brasil como um dos países em que essa prática é comum.