O advogado Adonil Gonzales, responsável pela defesa dos policiais militares indiciados pelo assassinado do estudante Toni Bernado Silva, 28 anos, garante que seus clientes agiram dentro do exercício da função, tentando prender um criminoso. Ele alegou ainda que a vítima contribuiu para que o crime ocorresse.

Em entrevista coletiva na manhã deste sábado, o jurista adiantou também que irá pedir a liberdade de ambos já na segunda-feira (3) sob a argumentação de que estavam no exercício da função, já que a vítima tentou cometer um assalto.

A tese ganhou força com a divulgação das imagens do circuito interno do estabelecimento, no qual mostra o estudante sentado ao lado da mesa de Sérgio Marcelo Silva da Costa, filho de um delegado da Polícia Civil. De acordo com o advogado, o jovem finge estar armado e quando a mulher levanta para sair da mesa, ele a puxa e acaba caindo no chão, iniciando o tumulto na pizzaria.

Gonzales informou ainda que ao seu entendimento os policiais agiram de forma correta, no cumprimento da função policial, tentando prender um criminoso que reagiu a prisão. Questionado se seus clientes chegaram a anunciar que eram agentes ou deram voz de prisão à vítima, ele alega apenas que não teve tempo que isso ocorresse. “Como fazer isso no meio da ‘muvuca’. Eles nem tiveram tempo, apenas agiram dentro de suas funções”, afirmou.

A intenção do advogado é provar que os policiais Higor Marcell Mendes Montenegro e Wesley Fagundes Pereira não são responsáveis pela morte de Toni e apenas tentaram imobilizar o estudante, que estava alterado sob o efeito de drogas e álcool. “O Toni era um homem de 1m82 e forte. Tanto que após estar no chão, ainda conseguiu se levantar. Além disso, eles apenas estavam tentando imobilizar um criminoso”, afirmou em entrevista coletiva na manhã deste sábado.

Adonil Gonzales pretende com a divulgação das imagens mudar a opinião pública, que aponta a morte do estudante como um ato de covardia. Ele disse ainda que não foi apenas uma briga e sim uma tentativa de assalto e afirma: “houve a morte, mas que é preciso saber até quando e como a vítima contribuiu para a morte”.

O advogado também garantiu que haviam cerca de 20 pessoas no bar e muitas delas chegaram a agredir a vítima. Ele garante ainda que o golpe que causou a morte de Toni não partiu dos policiais que apenas tentava imobilizá-lo. “A causa morte foi asfixia pelo rompimento da traqueia causado por objeto contundente. Ele pode ter batido no meio fio da calçada, numa mesa, numa cadeira ou um chute. A única hipótese descartada é da imobilização”, justificou.

Veja as imagens do circuito interno da pizzaria