Olhar Jurídico

Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Notícias | Trabalhista

MPT em Mato Grosso firma acordos com empresas para regularizar situação de haitianos resgatados em Cuiabá

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Mato Grosso firmou, na última quarta-feira (03), Termos de Ajuste de Conduta (TAC's) com as empresas Sisan Engenharia Ltda. e Jurandir Antônio de Almeida-Me, respectivamente tomadora e prestadora envolvidas na construção do Residencial Santa Terezinha II, em Cuiabá. O objetivo foi resolver a situação de 21 haitianos resgatados durante fiscalização empreendida pela Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE-MT), que constatou irregularidades no meio ambiente laboral e atraso na quitação de verbas rescisórias de alguns trabalhadores anteriormente dispensados e que aguardavam no local o recebimento dos valores devidos.

A procuradora do Trabalho que conduz o Inquérito Civil no MPT, Clarisse de Sá Farias Malta, ressaltou que a garantia de um meio ambiente de trabalho sadio e equilibrado, principalmente no que se refere às normas de medicina e segurança do trabalho, de acordo com a legislação, é de responsabilidade solidária do tomador e do prestador de serviços. “Ademais, no caso em questão, houve sérios indícios de prática de terceirização ilícita, caracterizando mera intermediação de mão de obra, o que é vedado pelo ordenamento jurídico, razão pela qual a empresa Sisan Engenharia também foi notificada para firmar o acordo", explicou a procuradora.

Os TAC's foram assinados durante uma audiência administrativa da qual participou o Centro de Pastoral para Migrantes (CPM), entidade que vem desempenhando importante papel em favor dos haitianos que chegam a Mato Grosso e não têm onde ficar. As empresas deverão cumprir diversas obrigações relacionadas, especialmente, à observância das normas regulamentadoras emitidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sob pena de multa que pode chegar a R$15 mil por cláusula violada.

Após a fiscalização, a Sisan procedeu ao pagamento de todas as verbas rescisórias e realizou a contratação direta de onze haitianos que manifestaram interesse em continuar laborando na construção. A empresa também arcará com os custos, pelo prazo de 60 dias, do aluguel de uma casa para abrigar os trabalhadores, bem como do hotel em que ficarem hospedados até a efetiva mudança.

Indenização

Por meio do acordo, as empresas Sisan Engenharia Ltda. e Jurandir Antônio de Almeida-Me pagarão, ainda, indenizações a título de dano moral coletivo. Os valores serão revertidos para a implementação de projetos, aquisição de bens e realização de serviços em favor do Centro Pastoral para Migrantes (CPM).
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