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Domingo, 28 de abril de 2024

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CAUSA INDIGESTA

Doutrinador defende ação milionária no TJ em caso envolvendo minerador

Doutrinador defende ação milionária no TJ em caso envolvendo minerador
Considerado um dos principais doutrinadores do direito processual civil no país, o professor e advogado Nelson Nery Júnior vem a Cuiabá para defender o minerador e pecuarista Hermes Bergamin, em ação que tramita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, movida por suas irmãs Edite Maria Bergamin Pretto e Elisa de Fátima Bergamin Mandadori, para reconhecer a sociedade com o pai.

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Nelson Nery vem a Cuiabá entregar parecer atestando equívoco no julgamento feito pelo juiz Márcio Guedes, convocado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

O processo tramita desde 2009, quando duas irmãs do prefeito de Juína, o pecuarista Hermes Bergamin, pediram na Justiça – contra a vontade da mãe e de duas outras irmãs – que fosse reconhecida, uma suposta existência de sociedade de fato entre o irmão e seu pai, falecido em 2008.

Depois de colhidas as provas, o juiz Vagner Dupim dias, da Comarca de Juína, julgou improcedente a ação, sob o fundamento de que não havia provas suficientes que demonstrassem a referida sociedade.

Edite Maria Bergamin Pretto e Elisa de Fátima Bergamin Mandadori – autoras da ação – fizeram recurso de apelação para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, tendo sido relator do caso o juiz convocado Marcio Guedes, que substituía a desembargadora Maria Helena Póvoas, em férias.

Em decisão surpreendente, Marcio Guedes causou verdadeira reviravolta ao caso, e num voto proferido em menos de quinze minutos, a 2a Câmara Civil reverteu a sentença em favor das irmãs. Foi determinado que metade de todo o patrimônio de Hermes Bergamin fosse considerado como sendo de seu pai e, desta forma, dividido entre os herdeiros no processo de inventário.

O advogado Joaquim Felipe Spadoni, do escritório Spadoni Jaudy, que foi contratado nesta instância para atuar no caso, declarou à reportagem que houve equívoco na decisão.

“O julgamento do Tribunal, com todo o respeito, foi equivocado. Além de estar permeado de nulidades absolutas e insanáveis, que retiram a validade jurídica da decisão, o julgamento de mérito simplesmente ignorou normas específicas de direito contratual, societário e processual civil que deveriam ter sido aplicadas ao caso e não foram. Por isso, apresentamos recurso para que essas omissões fossem sanadas. Acaso a decisão seja mantida, o caso será levado para o Superior Tribunal de Justiça”.


O advogado explicou ainda que o professor Nelson Nery Junior foi consultado sobre o caso e, após análise, concordou com os argumentos do recurso. O jurista deve vir pessoalmente a Cuiabá na próxima semana entregar o parecer jurídico, que atesta equívoco do julgamento.

Nery Júnior é apontado no mundo jurídico como um dos maiores juristas brasileiros de todos os tempos, o advogado e doutrinador de Direito Processual Civil Dr. Nelson Nery Junior foi promotor do Ministério Público de São Paulo por 27 anos; desligou-se da carreira em 2004.

Autor ou organizador de cerca de 90 livros, concilia a escrita com as aulas, que ministra na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) desde 1979. Uma busca simples de seu nome na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça aponta 9,5 mil citações em decisões monocráticas e 2,2 mil em acórdãos, à frente de outros grandes nomes como Humberto Theodoro Júnior, com 3,8 mil e Cândido Rangel Dinamarco, com 4,9 mil. Com informações do Circuito MT.
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