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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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mudança de rumos?

Eder aposta em “hecatombe” na Ararath após depoimento de ex-esposa de Mendonça e acusa empresário de delação 'seletiva'

Foto: Olhar Direto / Arthur Santos Da Silva

Eder aposta em “hecatombe” na Ararath após depoimento de ex-esposa de Mendonça e acusa empresário de delação 'seletiva'
O ex-secretário de Fazenda Eder Moraes afirmou que o depoimento prestado nesta sexta-feira (06) pela colunista social Karina Nogueira, ex-mulher do delator premiado da Operação Ararath, Júnior Mendonça, mudará os rumos das averiguações levadas a cabo pela Justiça Federal em Mato Grosso e "derrubará" as informações supostamente mentirosas que ainda estão sendo entregues aos investigadores. “Possivelmente haverá uma 'hecatombe' no depoimento da Karina Nogueira, porque ela deve ter muito a falar”, salientou o ex-braço forte do governo estadual, apostando em nos rumos das inquirições.

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O antigo secretário e homem forte das gestões Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB) repetiu, ainda, suas antigas afirmações em busca de inocência. “Boca e descarga todo mundo tem, ou fala e não se consome, ou fala aquilo que pensa, eu tenho a consciência limpa, tranquila. Não vou entrar nesse jogo da acusação de um delator, que fez uma delação premeditada, combinada, selecionando alvos, mentindo para a Justiça Federal sobre tudo, e o que é pior, dentro desse contexto todo, omitindo dados” Asseverou.

Karina foi ouvida na 5ª Vara da Justiça Federal, perante o juiz Jeferson Schneider. Além de reafirmar todas as declarações contra o ex-marido, a precursora da operação Ararath deu novos detalhes sobre os supostos atos criminosos. Conforme afirmado com exclusivida ao Olhar Jurídico pouco antes do testemunho judicial, a intenção é provar o quanto Mendonça estaria omitindo fatos em suas delações.

Na opinião de Eder Moraes as declarações de Karina devem servir para desqualificar parte da delação de Júnior Mendonça. “Talvez agora nós passamos a conhecer exatamente quem é o senhor Junior Mendonça. A sociedade a partir do depoimento da Karina, que é precursora da operação Ararath, e que até o momento não tinha sido ouvida pelo judiciário”, Salientou o ex-braço forte do governo estadual.

Karina x Junior


A colunista social Karina Nogueira foi uma das principais testemunhas do Gaeco e da Polícia Federal antes de Gércio Marcelino Mendonça aceitar a proposta de delação premiada. Ela deu detalhes das atividades do ex-marido desde 2006, quando se separou dele após seis anos de relacionamento.

O romance acabou de maneira conturbada. Dois anos depois, Junior Mendonça foi alvo da operação “Madona”, cujo intuito era desarticular o cartel dos combustíveis em Mato Grosso. A ação resultou em um processo iniciado em 2011 contra 27 pessoas, entre eles Gércio Marcelino. Conforme as investigações do Gaeco, ele utilizava do poder econômico para pressionar os postos de combustíveis que não queriam participar do esquema.

Ararath

A Operação Ararath investiga um complexo esquema de lavagem de dinheiro - cuja estimativa de movimentação ultrapassa R$ 500 milhões – para o ‘financiamento’ de interesses políticos no Estado. Uma lista apreendida pela PF aponta que pelo menos 70 empresas utilizaram ‘recursos’ oriundos de esquemas fraudulentos de empréstimos.

A ação policial levou para prisão Eder Moraes, uma das figuras políticas mais emblemáticas do Estado. Homem forte do governo Blairo Maggi, atuou em cargos de destaques durante a sua gestão (2003 a 2010), como secretário de Fazenda, presidente da Agência da Copa do Mundo (Agecopa), da Casa Civil e também diretor da Agência de Fomento de Mato Grosso.

A Operação


A operação foi deflagrada no dia 12 de novembro de 2013, quando a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão para coletar provas materiais e dar continuidade as investigações de um suposto esquema de lavagem de dinheiro e agiotagem. 

Mendonça era sócio proprietário da factoring “Globo Fomento Mercantil”, empresa que, segundo a PF, foi usada como fachada para negócios de agiotagem e lavagem de dinheiro. Todas as transações financeiras supostamente ilegais eram movimentadas através de contas da factoring e da rede Amazônia Petróleo.

Júnior Mendonça


Empresário ligado ao ramo do combustível, já foi dono das extintas empresas Pneu Center e Rodão Center, que ficavam em Várzea Grande. Em 2002 tornou-se sócio do irmão na factoring “Globo Fomento Mercantil”, que encerrou atividades em 2012, com a dissolução da sociedade. Junto do pai, Gércio Marcelino Mendonça, faz parte da Rede Amazônia Petróleo.

O Papel de Eder Moraes

As investigações apontam que o ex-secretário de Estado Eder Moraes seria um pilar do esquema, fazendo a interlocução entre Mendonça e a classe política. O peemedebista foi preso no dia 20 de maio de 2014, pela Polícia Federal, e encaminhado para Brasília para que não atrapalhasse as investigações por gozar de forte influência em Mato Grosso. Após mais de 60 dias, o ex-secretário de Estado Eder Moraes (PMDB) deixou o Complexo Penitenciário da Papuda e foi transferido para Cuiabá, onde permaneceu preso até a manhã do dia 09 de agosto de 2014.
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