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DEPOIMENTO

Liminares que permitiam caça níqueis de Arcanjo foram expedidas por juiz aposentado, afirma testemunha

10 Set 2015 - 11:53

Da Reportagem Local - Patrícia Neves/ Da Redação - Arthur Santos da Silva

Foto: Reprodução

Liminares que permitiam caça níqueis de Arcanjo foram expedidas por juiz aposentado, afirma testemunha
Raquel Brunini, irmã do empresário Rivelino Jacques Brunini, afirmou durante depoimento na Primeira Vara Criminal que o juiz aposentado compulsoriamente, Círio Miotto, teria sido um dos responsáveis por expedir liminares autorizando o esquema de maquinas caça níqueis, empreendido pelo ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, em Mato Grosso.

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Segundo Brunini, a empresa Mundial games, que atuava para organizar o esquema de exploração de máquinas funcionava por meio de liminar expedida em Mato Grosso. Uma das ordens foi emitida pelo juiz Círio Miotto. A depoente disse ainda que as liminares eram pagas com dinheiro dos bicheiros do Rio de Janeiro. Ao final, Raquel esclareceu que sabia das informações por intermédio de Rivelino Jacques. Nenhum procedimento investigatório ligando Miotto a Arcanjo foi instaurado.

Miotto é figura constante em escândalos judiciais: o Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso aposentou compulsoriamente, no dia 18 de dezembro de 2014, em conseqüência das investigações empreendidas durante a operação Asafe. Conforme exposto pela Justiça, Miotto fazia parte de um esquema que negociava decisões.

O depoimento de Raquel foi colhido durante júri popular na ação sobre um duplo homicídio, supostamente a mando de Arcanjo. As vítimas foram Rivelino Jacques Brunini e de Fauze Rachid Jaudy, assassinadas em 5 de junho de 2002, na avenida Historiador Rubens de Mendonça (avenida do CPA).
 
Mortes


Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), Rivelino Jacques Brunini era sócio da empresa Mundial Games, concessionária de máquinas caça-níqueis da organização criminosa chefiada por Arcanjo, que explorava com exclusividade o ramo de jogos eletrônicos em Mato Grosso. Mesmo assim, segundo o MPE, Brunini associou-se a um grupo do Rio de Janeiro, que pretendia acabar com o monopólio no Estado. Essa seria a motivação do crime. Fauze Rachid Jaudy e o pintor Gisleno não eram alvos, no entanto, foram atingidos.

As investigações apontara que Hércules de Araújo Agostinho (condenado a 45 anos pelos crimes) se aproximou em uma moto e, utilizando uma arma de fogo de 9 milímetros, efetuou disparos contra todos. Brunini foi atingido por sete disparos e morreu na hora. Fauze Rachid e Gisleno Fernandes foram atingidos por um disparo cada um, porém Fauze Rachid não resistiu e foi a óbito.

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