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Sábado, 27 de abril de 2024

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RÉU TAMBÉM SERÁ OUVIDO

Menores darão depoimento em 1ª audiência sobre caso de 'guia espiritual' acusado por abusos sexuais

Foto: Reprodução

Menores darão depoimento em 1ª audiência sobre caso de 'guia espiritual' acusado por abusos sexuais
Primeira audiência envolvendo o caso do advogado Luiz Antônio Rodrigo da Silva, de 49 anos, que foi indiciado pelos crimes de estupro, importunação sexual e ameaça contra mais de 13 mulheres enquanto se passava por guia espiritual, acontece na quarta-feira (17), em Cuiabá. A sessão ocorre na 14ª Vara Criminal da Capital, sob comando da juíza Ana Paula Gomes de Freitas, e será referente a três vítimas, sendo duas menores de idade.

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A advogada Karime Dogan patrocina a defesa de uma das adolescentes denunciantes, de 16 anos, vítima de abuso sexual. Segundo a jurista, a menor vem sofrendo abalos psicológicos. 

“Ela está esperando que a justiça seja feita e que o Judiciário, como a sociedade, acredite em seu depoimento, pois após as denúncias, muitas pessoas da sociedade descredibilizaram o que ela e as demais vítimas denunciaram dos abusos praticados”, afirma Dogan.

A audiência é vista com grande importância para o caso, pois serão ouvidas as testemunhas, tanto de defesa como acusação, além das vítimas, por meio de um depoimento de escuta especializada. Ao todo, foram arroladas oito testemunhas. 

O réu, que segue preso após a presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis Moura, manter seu encarceramento, também prestará seu depoimento, via teleconferência. 

Para a defesa da vítima de 16 anos, o caso tem tratado de um costume praticado pela sociedade, conhecido no Direito como revitimização da vítima de violência sexual, que ocorre em três fases. 

“A primeira fase é o momento em que a vítima sofre a violência sexual, e o efetivo ato que fere seus direitos a sua integridade física e psicológica; depois é o segundo momento de sofrimento para essa vítima, pois ela precisa decidir se irá expor o crime, buscando o Poder Público, e nesse processo podem sofrer violência por parte dos órgãos estatais, não sendo acolhidas durante o processo”, afirma Karime. 

Mais de 13 mulheres tomaram a decisão de denunciar o caso envolvendo o advogado, mas há entendimento que o número de vítimas é maior. 

A terceira fase, conforme explica a advogada, envolve a violência psicológica sofrida pelas vítimas, perante a sociedade, que pode acabar descredibilizando as denúncias realizadas, “colocando nas mulheres a culpa por terem sofrido o abuso sexual ou até mesmo não acreditam na fala da vítima. Esse ponto é de relevância, pois as nossas clientes sofreram esse estágio, com muitos julgamentos de descrédito praticados por pessoas da sociedade, como também do terreiro, local que acontecia os abusos”. 

As vítimas adolescentes darão o depoimento, acompanhadas por uma psicóloga em um local separado da sala de audiência para resguardar os direitos das menores, conforme estabelece os direitos do ECA e a Lei 13.431/2017.

“As advogadas de uma das vítimas menores esperam que seja respeitado todo o processo legal no julgamento para ao final se alcançar uma condenação ao réu, diante de todas as provas documentais, testemunhais e das vítimas, pois  seus depoimentos têm um peso relevante para produção de provas do crime praticado”, explica Karime. 

O caso

Segundo informações, Luiz Antônio utilizava a rede social Tik Tok para atrair as vítimas para sua “tenda religiosa”, prometendo amparo espiritual.

No momento em que ficava a sós com a vítima, ele aproveitava para praticar os abusos sexuais, alegando que era o espírito encarnado que realizava as condutas. 

As vítimas declararam, também, que Luiz possui duas mulheres de sua confiança, e que elas são suas amantes e sabem dos acontecimentos, assim como de todas as práticas que Luiz realiza com as mulheres.
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