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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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“A CPI acabou e quem perdeu foi o cidadão de bem”, diz Taques

Foto: Assessoria

Senador Pedro Taques

Senador Pedro Taques

“Vitória da Delta. Infelizmente, a CPI acabou e quem perdeu foi o cidadão de bem. O relatório aprovado pelos senadores, e que eu votei contra, não faz qualquer menção à Delta. Agora, a confiança está no Ministério Público que dará prosseguimento às investigações e deverá fazer o que esta Comissão não fez”, afirmou o senador Pedro Taques, após a aprovação do voto em separado, nesta terça-feira (18.12), do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), que fica sendo o documento oficial produzido pela CPI Cachoeira.

Depois de quase oito meses de trabalho, a CPI encerra suas atividades sem apontar responsáveis pelo envolvimento no esquema de corrupção comandado por Carlinhos Cachoeira. O relatório final do deputado Odair Cunha foi derrotado por 18 votos a 16. Sendo assim, no lugar do texto de Odair, o documento oficial da CPI será as duas páginas apresentadas por Luiz Pitiman, aprovadas por 21 votos a 7.

O texto de Pitiman não propõe a responsabilização de nenhum dos investigados que têm ou tiveram relação com Cachoeira, suspeito de comandar uma quadrilha ligada à exploração de jogos ilegais, envolvendo autoridades e agentes públicos. “O texto aprovado é um nada jurídico. O que fica é o cheiro da pizza misturado com o cheiro podre da corrupção”, enfatizou Pedro Taques.

O senador de Mato Grosso, inicialmente contra o voto do relator, foi favorável à ultima versão do relatório em virtude da inclusão do pedido de investigação contra o ex-dono da Delta, Fernando Cavendish, e pessoas jurídicas ligadas à empresa. A Delta era uma das principais construtoras das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, para isso, teria recebido bilhões em recursos públicos.

Para o parlamentar, a comissão não avançou na busca por novos elementos que comprovassem os métodos utilizados pela Delta para influenciar na liberação de recursos públicos de forma indevida e nos vínculos dessa prática com a organização criminosa de Carlinhos Cachoeira. Segundo ele, o relatório do deputado Odair Cunha “não era o ideal”, porém, “não deixava todos os investigados impunes”.

Representação – Temendo a falta de responsabilização dos investigados na CPI Cachoeira, o senador Pedro Taques foi um dos autores de representação encaminhada, no dia 22 de novembro, à Procuradoria-Geral da República pedindo continuidade na apuração das irregularidades.

O senador argumenta que faltou de prazo para a Comissão realizar novos depoimentos e cruzamento de dados de quebra de sigilos, já que haveria "pressa" para a apresentação do relatório final. Outra cobrança do parlamentar diz respeito à falta de análise e apreciação de cerca de 500 requerimentos, sendo 20 de sua autoria.

"Como o Congresso Nacional se omitiu da sua obrigação constitucional, o Ministério Público poderá aprofundar a análise dos crimes cometidos não só no âmbito do Centro-oeste, mas em todo o Brasil", sugere Pedro Taques.

Para facilitar os trabalhos das autoridades, Pedro Taques também votou pelo compartilhamento de todo o material em posse da CPI com o Ministério Público e com a Polícia Federal.
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