A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o tráfico de pessoas ouve nesta tarde os envolvidos no processo de adoção de crianças do município baiano de Monte Santo por casais de Campinas (SP). O caso ganhou repercussão na mídia por suspeitas de irregularidades. Nesta semana, a guarda provisória concedida às famílias paulistas foi revogada pelo Judiciário baiano.

Os parlamentares vão ouvir os pais das crianças, Silvânia Mota da Silva e Gerôncio Brito de Souza, e o juiz Vitor Manoel Xavier Bizerra, que era o responsável pelo processo. Ele teria facilitado as adoções já que casais interessados teriam chegado à cidade em um dia e levado as crianças no outro.

O juiz da Vara Criminal do Fórum da Comarca de Monte Santo, Luiz Roberto Cappio Guedes Pereira, que substituiu Manoel Bizerra, e o promotor de Justiça da cidade Carlos Augusto Machado de Brito também foram convidados para depor.
Além de outras mães que tiveram filhos adotados na Bahia, a CPI vai ouvir ainda:
- os conselheiros tutelares de Monte Santo Michelson Silva Caldas, Ana Dária Pereira e Cremilda de Souza Jesus;
- a escrivã do Cartório dos Feitos Criminais, Execuções Penais e Infância e Juventude Celia Maria de Oliveira Santos; e
- Neide de Jesus Carvalho, que também é investigada por intermediar adoções na Bahia.

Ontem a CPI ouviu a empresária Carmen Topschall, que é investigada por intermediar a transferência de crianças baianas para adoção no interior de São Paulo. Ela nega.

Os depoimentos serão tomados na Câmara dos Vereadores de Monte Santo a partir das 14 horas.