Os cursos voltados para a área rural oferecidos no pólo universitário de Santa Maria, na região centrao do Rio Grande do Sul, ficaram seriamente comprometidos com a morte dos 233 jovens vítimas do incêndio da boate Kiss, na madrugada do último domingo (27.1).

De acordo com o professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Silvio Henrique Dorneles, parte das vítimas fazia parte de cursos como agronomia, veterinária, zootecnia e técnicas de alimentos.

Estudante de Mato Grosso do Sul está entre as vítimas de Santa Maria
2º maior incêndio em boate do Brasil repercute no mundo (confira fotos)

“Perdi 31 estudantes só do curso de agronomia, fora os de outros cursos. Os cursos das áreas rurais foram os mais atingidos”, disse em entrevista à radio Band News FM.

Dorneles lembra que os alunos estavam em Santa Maria para recuperar aulas devido a greve de quase dois meses nas instituições de ensino superior, em 2012.

O acadêmico salienta que os alunos estavam em final de semestre, em período de provas, e costumavam fazer festas na boate Kiss para angariar recursos para formatura.

“Estes alunos nem deveriam estar em Santa Maria nesta época, porque agora é periodo de férias. Mas estavam recuperando aulas perdidas e angariando recursos para suas formaturas”, lamenta.

Segundo ele, a UFSM acertou em suspender as aulas por causa da tragédia. ‘É muito difícil retornar. Mas vamos ter que nos recuperar destas perdas”, conclui Dorneles, que seguiu para Porto Alegre a fim de acompanhar as vítimas que estão em estado grave internadas em hospitais da capital e de Canoas, na região metropolitana.

Além da UFSM, que abriga cerca de 30 mil estudantes, outras seis universidades e faculdades privadas integram o polo universitário da região. Com a morte de pelo menos 233 jovens, o município gaúcho, de 265 mil habitantes, perdeu quase 1% de sua população nesta tragédia.