O esquema de fraudes em licitações funcionava por meio de núcleos que contavam com a participação de servidores licenciados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Eles faziam parte das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) e os coordenadores das entidades foram considerados os “intelectuais” da quadrilha.

A outra ramificação do esquema contava com ajuda dos servidores, como braços operacionais do grupo. Os assessores políticos, como o secretário geral do PMDB, Rafael Bastos, o tesoureiro regional Carlos Miranda , e Jose Luís Bezerra, sobrinho do deputado federal Carlos Bezerra, são acusados de direcionar os contratos e as emendas parlamentares para obras com supostas irregularidades.

O petista Valdebran Padilha e o irmão Valdenir Padilha, donos da Engesan, são responsáveis por obras licitadas e não executadas em Santo Antônio de Leverger. A Polícia Federal não identificou as construções, mas informou que seriam três obras no município.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Heloisa Albuquerque, nenhum político foi incluído nas investigações. Ela informou ainda que foi pedido a quebra de sigilo bancário e sequestro de bens de alguns acusados. As informações foram repassadas durante coletiva à imprensa, na tarde desta quarta-feira (7), na Superintendência da Polícia Federal de Cuiabá, juntamente com o delegado Eder Rosa Magalhães e o coordenador de Operações Especiais da C ontroladoria Geral da União (CGU), Israel Carvalho.

Até o momento, foram apreendidos documentos, jóias e veículos, porém os valores envolvidos no esquema estão sendo mantidos em sigilo. Em Mato Grosso foram presas 24 pessoas e quatro estão foragidas.

A Operação Hygeia apura crimes de formação de quadrilha, estelionato, fraude em licitações, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva, prevaricação.