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Juíza prevê que novas provas da Sodoma poderão surgir de empresários que ainda estão "acovardados"

31 Mar 2016 - 14:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Juíza prevê que novas provas da Sodoma poderão surgir de empresários que ainda estão
De acordo com a juíza Selma Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado (Sétima Criminal), ainda há muita muitas provas a serem levantadas se empresários, hoje “acovardados”, decidirem contribuir com a justiça. É o que avalia em decisão que determinou o último pedido de prisão contra o ex-governador do Estado, Silval Barbosa, durante a terceira etapa da “Operação Sodoma”, deflagrada no dia 22 deste mês.


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A magistrada adianta, ao avaliar a pertinência da prisão dos réus. “[...] negar a necessidade da manutenção destas pessoas em cárcere, ignorando completamente sua capacidade de assediar servidores públicos e empresários, é colaborar para a sua impunidade e, quiçá, para perpetuação deste tipo de conduta nociva em nosso Estado”.

Portanto, além da periculosidade do réu, outro objetivo importante para decretação das prisões preventivas seria o fato de que muitas provas podem estar espalhadas com empresários que de alguma forma negociaram (com ou sem intenções criminosas) com os réus. A juíza manifesta, assim, que a participação deles, seja entregando provas, seja fazendo delações, acrescentaria ao poder judiciário munição para eventuais seguimentos nas investigações da Sodoma.

“Muitas provas podem ainda de posse de empresários que hoje se vêem acovardados, diante da possibilidade que a organização saia ilesa das investigações, tanto por conta da morosidade natural dos processos judiciais, como por conta da garantia de impunidade que a falta de rigor no tratamento desses crimes inspira”, diz a magistrada.

Entretanto, “acovardado”, termo que pode sugerir, segundo conceituados dicionários, tanto ausência de vontade e estímulo, quanto submissão por medo. Pelas palavras da juíza, pode-se compreender que a segunda interpretação melhor se adéqüe, quando avalia:

“É óbvio que após angariar fortunas com a prática de crimes desta natureza, a organização criminosa é ainda mais forte e poderosa e, portanto, tem condições de perverter empresários e servidores que porventura ainda não tenham resolvido contar a verdade. Além do mais, é possível que, com a descoberta da prática de mais esses ilícitos, a organização resolva agir para prevenir que outros sejam descortinados, de modo a destruir provas e amedrontar testemunhas”.

Contexto:


A operação Sodoma investiga a cobrança de propina no núcleo do poder durante a gestão Silval Barbosa. Em um primeiro momento a Delegacia Fazendária denunciou um esquema valorado em aproximadamente R$ 2,6 milhões, extorquidos de um empresário beneficiado com incentivos fincais. A segunda fase revelou uma suposta transação de compra de um terreno para ocultar R$ 13 milhões em extorsão.

A terceira fase da operação Sodoma foi desencadeada após depoimento prestado por Willians Paulo Mischur, dono da empresa Consignum. Mischur afirmou que teria sido obrigado a pagar pelo menos R$ 500 mil por mês para garantir a manutenção do seu contrato junto ao governo do estado. Novas fases da Sodoma são aguardadas para os próximos meses.
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