O ex-secretário da Casa Civil de Mato Grosso, Pedro Jamil Nadaf, desistiu de chamar o ex-governador e atual ministro da agricultura, Blairo Maggi para testemunhar em ação oriunda da “Operação Sodoma 1”. A desistência foi homologada nesta quinta-feira (04) pela magistrada da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda. Nadaf segue preso preventivamente desde o dia 15 de setembro de 2015.
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Pedro Nadaf solicitou a oitiva com Blairo Maggi em dezembro de 2015. De lá para cá, o ex-governador foi convocado pela equipe interina de Michel Temer (PMDB) e tornou-se ministro da agricultura e o pedido fora reformulado para que sua oitiva fosse feita via carta precatória, o que acabou não ocorrendo. Para que não atrase o andamento da ação penal, o Ministério Público Estadual (MPE) protocolizou desistência da oitiva, em 18 de julho.
Posteriormente, o pedido fora feito pela própria parte interessada, o ex-secretário. O pedido foi apreciado, deferido e homologado nesta quinta-feira. “Homologo a desistência formulada pela defesa de Pedro Jamil Nadaf em relação a oitiva das testemunhas Blairo Borges Maggi”, consta dos autos.
Pedro Nadaf é alvo de três operações, conseguiu revogar prisão em duas delas, (Sodoma I e Operação Seven). Ainda pesa contra ele privação de liberdade decretada na “Sodoma II”.
Por conta da “Sodoma” também, o ex-secretário de Estado teve seus bens submetidos a leilão judicial no último dia 28. Mais de 700 cabeças de gado pertencentes a ele e avaliadas em R$ 1,1 milhão foram leiloadas. O rebanho foi sequestrado judicialmente por determinação da juíza Selma Rosane Arruda, para que, caso condenado, o valor seja reaplicado aos cofres públicos a título de ressarcimento.
Entenda os Casos:
Nos autos fruto da Sodoma (primeira fase), são réus, além de Pedro Nadaf, Marcel de Cursi, Silval Barbosa, Silvio Cezar Corrêa Araújo, Francisco Andrade de Lima Filho e Karla Cecília de Oliveira Cintra.
A antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), teria concedido incentivos fiscais, via Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic), de forma irregular, para algumas empresas.
Na Operação Seven, as investigações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) revelam que Silval Barbosa, junto com Pedro Nadaf, foram os principais responsáveis pelo desvio de R$ 7 milhões das contas do Intermat no final de 2014. A ação apura o desvio de dinheiro público por meio da compra fraudulenta de uma propriedade rural na região do Manso.
Na Operação Sodoma II, é investigado um suposto esquema para compra de um terreno valorado em R$ 13 milhões.
