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OPERAÇÃO SODOMA

Defesa de ex-chefe de gabinete de Silval nega ameaças a Nadaf: "muito se fala, pouco se prova"

16 Ago 2016 - 10:15

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia Teixeira / Olhar Direto

Leonardo Moro Bassil Dower

Leonardo Moro Bassil Dower

Ao sair do Fórum da Capital, nesta segunda-feira (15), o advogado Leonardo Moro Bassil Dower, que defende Silvio César Corrêa Araújo, ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval, avaliou as graves acusações feitas pelo ex-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf a seu cliente. Nadaf afirmou em juízo que Silvio César teria lhe ameaçado de morte no Centro de Custódia da Capital (CCC), motivo pelo qual pediu transferência de lá. Ainda, narrou uma história em que teriam jogado uma cobra em seu carro, como forma de ameaça. Para o advogado de Silvio César, entretanto, muito se fala, mas pouco se prova. Negou que Silvio César seja o “braço direito” de Silval Barbosa e ainda levantou dúvidas sobre as revelações de Pedro Nadaf.


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“Nós ficamos relativamente surpresos com as alegações feitas. Devemos levar em conta que apesar de se tratar de um reinterrogatório, ele ainda é réu na ação. Ao que pesa o que ele mesmo declarou, não haveria um acordo de delação premiada, portanto, não há motivo nenhum para valorar mais as alegações de hoje do que do último interrogatório dele. Para todos os efeitos, ou ele mentiu antes ou mentiu agora. Nós vamos prosseguir na tese da inexistência de provas quanto à suposta participação de Silvio. Até agora muito se fala e pouco se prova. Nenhum documento, nenhum outro nome é apresentado, nenhum dia, nenhuma data, nenhum evento, nenhum fato é mencionado. Evidentemente o reinterrogatório de hoje foi uma tentativa de tentar reduzir a pena de Nadaf nos benefícios que o Código Penal prevê”, avaliou o advogado Leonardo Moro Bassil Dower.

Ele ainda criticou a confissão realizada por Nadaf. “É a mais antiga tese de defesa, a que vimos hoje, a conduta de assumir uma suposta culpa para eventualmente conseguir uma absolvição pelo juízo, o que, nós vamos ver, não será o caso”.

Com relação às acusações de ameaça, o advogado avalia. “A maior preocupação que temos hoje é com uma acusação feita contra Silvio de que ele seria o braço direito da organização, a pessoa responsável por ameaçar e coagir. Até o presente momento não identificamos isso. Tanto é que Nadaf fala em um suposto momento que teria ocorrido no Centro de Custódia, mas o que nós nos preocupamos são com as acusações feitas na denuncia, ou seja, antes da operação. Momento que ele é acusado de ter praticado um ato e como vimos, não é o caso, nunca houve referencia direta, um fato ou um momento que Nadaf dissesse: ‘eu fui ameaçado’”.

Sobre o evento trazido por Pedro Nadaf nesta segunda-feira (15), ao narrar que certa feita uma cobra foi colocada em seu veículo como forma de ameaça para evitar delação premiada, o advogado de Silvio César nega a veracidade. “Ele mesmo reconhece inclusive que essa questão da cobra, que não encontramos em nenhum documento nos autos, é uma informação nova que ele trás, mas ele reconhece que seria muito provável tendo em vista a quantidade de mato existente próximo ao estacionamento”.

Sobre o fato do ex-chefe da Casa Civil ter solicitado proteção policial à sua família por temer ameaças, dando inclusive nomes de quem seriam os réus que poderiam ameaçar sua vida, Leonardo Moro nega que seu cliente seja um deles. “Com certeza não, Silvio, como podemos verificar até agora, em nenhum momento proferiu qualquer tipo de ameaça. Pedro Nadaf de forma alguma chega a ser um perigo processual ou uma ameaça para Silvio e ainda que de alguma forma fosse, jamais faria qualquer ato desta natureza”.

O advogado por mim garantiu que irá se reunir com seu escritório para pensar na possibilidade de um novo interrogatório.

O caso:

Nadaf narrou nesta segunda-feira (15) que Silvio César suspeitava que ele estaria combinando confissão com o Ministério Público. Conforme o relato, Silvio aproveitava-se do fato de que estava na mesma penitenciária para ameaçá-lo constantemente.

“Silvio César toda hora ia na minha cela, sentava ao meu lado, em uma cadeira ao lado da minha cama, e perguntava vagamente se eu estava fazendo delação".

Na época, as delações de César Zílio e Pedro Elias também estavam sendo divulgadas pela imprensa. Em alusão aos dois, segundo Nadaf, Silvio fazia gestos de tiro e dizia: "Esses aí não vão durar um ano". O ex-chefe de gabinete, de acordo com o relato de Nadaf, também repetia a frase “Quem tem c* tem medo”.
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