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OPERAÇÃO VENTRÍLOQUO

Documentos apreendidos na casa de ex-procurador comprovariam superfaturamento na AL

22 Jan 2016 - 18:00

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Documentos apreendidos na casa de ex-procurador comprovariam superfaturamento na AL
Ao fim da audiência desta sexta-feira (22), que acabou sendo adiada, e que ouviria novamente o ex-deputado José Geraldo Riva, o Chefe do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), Marco Aurélio, faz revelações importantes sobre a apreensão de documentos contábeis que comprovariam a existência de superfaturamento na Assembléia Legislativa durante a presidência de Riva, no suposto esquema examinado pela Operação Ventríloquo.

Leia mais:
Juíza adia para fevereiro audiência em que José Riva será interrogado sobre desvio de R$ 9,6 milhões

Você acompanha agora trechos da entrevista concedida pelo chefe do GAECO, com inserções dos documentos que foram conseguidos pelo Olhar Jurídico.
 
"No dia que nós deflagramos essa operação, denominada Ventríloquo, foram apreendidos vários documentos que, durante o tramite da ação, foram analisados, na data de terça-feira nós organizamos uma juntada destes documentos que demonstram cabalmente alguns fatos que o Ministério Público já vinha dizendo. Ou seja, do conluio de toda essa quadrilha para saquear o dinheiro público. Temos hoje prova documental da juntada e por esse motivo, pela defesa se dizer desconhecida, mas que na verdade foram apreendidas na casa dos réus, não é nada desconhecido”, afirma Marco Aurélio. Perguntado sobre o adiamento da audiência, o chefe de polícia avalia se tratar de uma “tática para tentar analisar com mais dedicação os documentos”.

Sobre o que Riva seria questionado na audiência de hoje?

"José Riva seria questionado de todos os fatos, né. Ele foi, segundo a denuncia, o grande mentor deste esquema criminoso. Íamos perguntar à ele sobre as reuniões que ele teve, as deliberações, do porquê se decidiu pagar algo superfaturado e o toque de caixa dessa operação: à quem ele destinou parte deste recurso que voltou para alguns personagens que futuramente serão elucidados".

Sobre os tais documentos, eles ajudam a elucidar este esquema?

"Não tenho dúvidas deste raciocínio. Por quê? Por exemplo, na casa do ex-procurador da Assembléia foi apreendido um laudo contábil pedido por ele, onde dizia: 'se vocês pagarem este valor, ele está superfaturado', e mesmo assim a Assembléia vai e faz”.

Os documentos são estes:


Trata-se do laudo contábil assinado pelo contador habilitado a realizar perícia extrajudicial de natureza administrativa economico-financeira e contábil, Kleber Ferreira Ribeiro. O estudo é legal e foi solicitado por então procurador, Anderson Godoi. Os números apontados na conclusão do documento demonstram quais valores deveriam ser aplicados. O documento foi conseguido com exclusividade para Olhar Jurídico.
 


Na página acima, no quesito "I- Introdução", é apontado que os estudos "permitiram a elucidação da controvérsia do ponto de vista financeiro, frente a atualização do débito frente a Execução 31002/1997 da Bamerindus Companhia de Seguros". 

Perguntado de quem seria o documento...
“É de Anderon Godoi. (O documento) foi apreendido na casa dele. Ou seja, um documento que estava em posse dele e que mostrava que, tecnicamente, seria incabível o pagamento, que seria crime, e eles vão e pagam com o aval da Procuradoria Geral”, afirma Marco Aurélio.



Nesta página acima o estudo aponta que:  "o valor encontrado em 30 de novembro de 2013 já acrescidos de 10% de honorários advocatícios alcançou a cifra de R$ 9.032.513,82, estando este valor além do realmente devido".



Nesta conclusão, o contador aponta claramente que: "há uma diferença de R$ 1.068.076,95 a maior pelos cálculos apresentados pela Seguradora". Seguradora esta que era representada por Joaquim Fábio Mielli, delator premiado no caso. O cálculo conclui que R$ 7.694.436,87 seria o valor correto e adequado ao pagamento em questão. O documento possui 10 páginas e se encerram com a assinatura do contador Kleber Ferreira Ribeiro, datada em 10 de novembro de 2014.



O documento acima, assinado por Anderson Flávio de Godoi em 02 de fevereiro de 2015, é a prova (segundo o MPE) de que, sabendo que havia uma destoância entre o valor apresentado pela Seguradora e pelo cálculo de Kleber Ribeiro, em mais de R$ 1 milhão, efetua o pagamento do maior valor. O documento acima confirma o pagamento superfaturado, entende o GAECO. Em um trecho, Godoi afirma que a devedora "satisfez integralmente a obrigação". 

Surpresas virão:

“No dia 04 será mostrado por indagações acerca dos documentos que foram juntados que: o conluio havia e metade desse dinheiro voltou. Primeiro: à mando do deputado José Geraldo Riva e depois esse dinheiro foi pulverizado. E nós, nesse segundo momento, estamos avaliando para quem foi esse dinheiro e surpresas virão", prenuncia Marco Aurélio.
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